Quando se anunciou que Hamas e Fatah tinham feito as pazes e decidido formar um ministério de união, Netanyahu ficou possesso.
Considerou uma aberração, Israel jamais aceitaria negociar com uma frente integrada pelos terroristas do Hamas.
Ficou falando sozinho.
Primeiro, a União Européia aprovou a reconciliação, chegou a dizer que era fundamental para o processo de paz.
Depois – surpresa!
Os EUA foram pelo mesmo caminho.
Numa reunião com a Conferência dos Presidentes das Organizações Judaicas americanas, Philip Gordon, assessor para o Oriente Médio do Presidente Obama, aceitou a realidade.
Disse que, para o governo dos EUA, a reconciliação era como “um copo meio cheio”.
E esclareceu: o acordo palestino veio numa hora inconveniente, mas poderia até ser vantajoso.
Afinal, seria muito difícil conseguir a paz com apenas “metade dos palestinos”, sem aqueles governados pelo Hamas, em Gaza.
Claro, para o “copo ficar totalmente cheio”, seria necessário que o Hamas renunciasse ao terrorismo (o que já fez há muitos anos) e reconhecesse Israel e os acordos já assinados (o que deve acontecer logo).
E Gordon completou declarando que os EUA não se oporiam a novas eleições palestinas e, mais importante, julgariam a coalizão Hamas-Fatah por suas futuras ações, não por palavras.
Completando o desgosto israelense, nada menos do que um dos principais líderes republicanos, o Senador Rand Paul também contrariou Netanyahu.
Para ele, o novo governo de unidade teria chances de por tudo em pratos limpos, reconhecendo Israel como um estado judeu, assim como Israel deverá reconhecer o direito do Estado palestino existir.