O presidente Barack Obama foi à TV para defender suas idéias de reforma na espionagem dos telefones e computadores do mundo.
Com o estilo arrogante, típico dos últimos presidentes americanos, declarou que os EUA não poderiam ser censurados por serem mais eficientes do que os outros na vigilância da vida privada das pessoas.
Bom argumento para justificar as invasões da França e dos Países Baixos pelos nazistas, sem dúvida referências em eficiência militar, porém não em direito internacional.
Seja como for, os objetivos do presidente de ganhar “hearts and minds”do povo americano para seu programa de vigilância não foram alcançados.
É o que mostra a pesquisa Pew/USA Today, realizada há poucos dias.
Apesar do latim gasto pelo presidente, a grande maioria dos americanos que o ouviram acham que as novas idéias mudaram muito pouco na espionagem governamental da vida privada das pessoas.
Foi uma derrota de 73% x 21%.
É bom notar que apenas a metade dos consultados declararam ter prestado ao menos um pouco de atenção às palavras do presidente.
Por 53 x 40%, o programa federal de bisbilhotagem foi rejeitado um modo geral.
Bem diferente do resultado de julho de 2013 que mostrava 50% x 44% a favor.
70% contra 26% dos americanos disseram que não queriam renunciar à liberdade e à privacidade para garantir maior segurança contra o terrorismo.
Entre aqueles que prestaram atenção ao discurso de Obama, apenas 13% concordaram que o programa de vigilância dificulta as ações terroristas.
Para a maioria, não passa de muito barulho por nada.
.
Por fim, houve um empate entre aqueles para quem as denúncias de Snowden prejudicaram ou beneficiaram o interesse público.
A pesquisa Pew/USA Today é mais uma prova de que a opinião pública americana está mudando.
O povo não parece mais disposto a aprovar aventuras guerreiras, nem aceitar que o governo reduza suas liberdades com a desculpa de estar protegendo o país de ataques terroristas.
Os efeitos do atentado de 11 de setembro estão desaparecendo.
Agora o povo parece querer paz e os direitos individuais que a Constituição dos EUA lhe assegura.
O ambiente está mais propício para as mudanças prometidas por Obama há 5 anos atrás.