Mais motivos para estremecer ainda mais as relações Turquia-Israel.
A inteligência turca informou que dados de segurança foram coletados por drones (aviões sem piloto) israelenses, que sobrevoaram o país, sendo, em seguida, fornecidos a membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Esse grupo político luta pela independência curda, realizando atos de terrorismo contra o governo de Ankara.
A inteligência turca relata que os curdos visitaram Israel várias vezes para receber esses dados. Acredita-se que seriam usados para ajudar o PKK a escolher locais de campos de treinamento no norte da Síria, onde a presença das tropas turcas de fronteira não é intensa.
Desde o massacre da Flotilha da Liberdade, que levava suprimentos a Gaza, a Turquia indispôs-se com Israel, exigindo desculpas pela morte de cidadãos do país no ataque. Os israelenses se recusaram e daí em diante o governo turco afastou-se de Telaviv, aproximando-se dos palestinos.
Posteriormente, a Turquia descolou-se da base aliada americana e se tornou uma campeã dos países da Primavera Árabe, o que desagradou profundamente Israel.
O Ministro das Relações Exteriores, o ultradireitista Avigdor Lieberman chegou a propor que o governo de Telaviv armasse o PKK como retaliação aos novos desdobramentos da diplomacia turca.
E o pré-candidato à presidência americana pelo Partido Republicano, Rick Perry, defensor total de Israel, acusou os turcos de serem governados por “terroristas islâmicos”.
A Turquia ainda não se manifestou a respeito da espionagem dos drones em favor dos seus inimigos, o pessoal do PKK. Mas ninguém perde por esperar.