Dois pesos e duas medidas no caso Snowden.

Autoridades do ministério do Interior russo estão indignadas com as reclamações dos EUA contra a recusa de Moscou em extraditar Snowden.

Lembram que Washington tem negado sistematicamente pedidos da Rússia para a extradição de indivíduos do país.

Notam que nem se trata, em geral, de asilados políticos, como Snowden, mas de criminosos ou acusados de delitos vários.

Na verdade, as recusas de ambos países são perfeitamente legais já que não há tratados de extradição entre eles.

No entanto, as queixas russas são justas: o que os americanos estão fazendo é criticar algo que eles próprios fazem.

Esse “dois pesos e duas medidas” é tradicional na política externa da Casa Branca.

Eles condenam o governo sírio por violação dos direitos humanos, mas fecham os olhos para as violências da ditadura do Bahrein contra manifestantes que pedem democracia.

O Irã é demonizado sob a acusação de desrespeitar decisões da ONU com seu programa nuclear. Enquanto isso, o governo Obama defende Israel, cuja política de assentamentos recebe duras condenações da mesma ONU.

A liberdade da imprensa na Venezuela é questionada nos EUA. Não, porem, sua total inexistência na Arábia Saudita.

Execuções sem julgamento em certos países da África despertam o horror entre os diplomatas do departamento de Estado. Já a eliminação por drones de suspeitos e de civis inocentes, autorizada pelo próprio presidente dos EUA, é justificada como necessária à segurança nacional.

É uma postura extremamente parcial, qualificada como hipócrita, cínica.

Não vejo assim.

Acho que deve ser atribuída ao “excepcionalismo americano”, segundo o qual os EUA é um país acima do bem e do mal.

Por isso, estaria sempre com razão, pois a Providência o destinou para defender os mais altos valores da humanidade.

God bless America.

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