Depois que a Bolívia expulsou as agências americanas anti-drogas, por interferências na política do país, os EUA esperavam um refluxo na eliminação das plantações de coca.
Mas aconteceu o contrário.
Para surpresa de Washington, a produção de coca caiu 7%, entre 2011 e 20212, e 11%, entre 2012 e 2013 .
O “Office On Drogs And Crime” da ONU destacou a ação do governo como determinante dos bons resultados alcançados.
A coca não é apenas matéria-prima da cocaína; tem também usos legais.
Mastigada ou sob a forma de chá, é um alimento tradicional nas populações indígenas de várias nações da América do Sul.
Segundo estudo do Instituto de Nutrição de Lima, Peru, 100 gramas de coca contém 19,9 gramas de proteínas, 2 gramas de cálcio, 9,8 miligramas de ferro e 363 miligramas de fósforo.
Trata-se de um importante componente da alimentação dos povos índios das regiões andinas, onde as culturas de muitos produtos enfrentam condições extremamente desfavoráveis, devido à altitude e ao frio.
O objetivo do governo boliviano não é eliminar a coca do país, mas controlar sua produção, reduzindo a área plantada, tendo como limite o volume do consumo legal.
É complicado, pois os traficantes pagam bem aos pequenos agricultores e grande número das plantações localiza-se em regiões serranas de difícil acesso.