O “boicote Israel” está se mostrando uma arma muito mais poderosa do que os foguetes “feitos em casa” lançados por radicais contra território israelense.
Trata-se de um movimento que propõe o boicote dos produtos e serviços de Israel, além de contactos científicos, culturais, artísticos e esportivos, enquanto continuar a ocupação da Palestina e a expansão dos assentamentos.
A mais recente adesão foi anunciada pelo ministro das Finanças da Noruega.
O colossal fundo soberano do país, o maior do mundo, avaliado em 818 bilhões de dólares, colocou na lista negra duas companhias israelenses : a Africa Israel Investiments e a Danya Cerbus. O motivo alegado pelo ministro foi :”Contribuição para sérias violações dos direitos individuais através da construção de assentamentos em Jerusalém Oriental.”
Como se sabe, esta parte da cidade é um território cuja ocupação por Israel não é reconhecida pela comunidade internacional.
O boicote já foi aprovado por vários países, personalidades e entidades de todo o mundo.
Na Europa esse processo vem sendo particularmente crescente, o que preocupa muito as autoridades israelenses.
O ministro das Finanças do governo de Telaviv, Yair Lapid, teme a perda de importantes mercados europeus tradicionais, caso as negociações de paz com os palestinos não cheguem a um bom resultado.
Recentemente, ele declarou: “ A Europa é nosso principal mercado, 33% dos compradores dos nossos produtos são países da Comunidade Européia.”
No caso do boicote prosseguir, Lapid acredita que Israel perderá cerca de 5,7 bilhões de dólares por ano e 9.800 trabalhadores ficarão desempregados, além dos preços sofrerem um “dramático aumento.”
Fracassando as tentativas de se encontrar um caminho pacífico para resolver a questão palestina, o primeiro impacto nas exportações israelenses virá logo.
A Comunidade Européia estava acabando de discutir a obrigação dos produtos dos assentamentos informarem sua origem na embalagem, quando se iniciaram as negociações dos “2 estados independentes”.
Decidiu adiar a decisão para não piorar o astral dos israelenses.
Mas se as negociações não derem certo, os europeus deverão impor a medida em discussão.
O que, provavelmente, vai reduzir a procura dos produtos israelenses pelo público europeu, maciçamente contrário aos assentamentos.
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