O Sínodo Geral da Igreja Anglicana, seu mais alto corpo legislativo, votou em 9 de julho, apoio ao EAPP (Programa de Acompanhamento Ecumênico na Palestina e Israel).
Foi destacado o “trabalho vital” da EAPP, que consiste em levar à Margem Oeste membros da Igreja para “viver a vida sob ocupação”.
Eles ficam cerca de 4 meses nessa região. Espera-se que, ao voltarem, participem de campanhas para “uma justa e pacífica solução do conflito entre israelenses e palestinos, que ponha fim à ocupação, respeite a lei internacional e implemente as resoluções das Nações Unidas.”
Tanto as leis internacionais, quanto as resoluções das Nações Unidas consideram os assentamentos ilegais e afirmam a criação de uma Palestina independente.
Durante os debates, foi denunciado um excesso de lobby (“over-lobbying”) pró- Israel e contra o apoio á EAPP, que, no Sínodo, não seria “um bom modo de conseguir seu objetivo.”
O “Corpo Inglês de Deputados”, principal organização anglo-judaica, acusou o movimento de “criar uma coorte muito parcial e muito motivada de advogados anti-Israel que não tem quase nenhuma consciência do sofrimento dos israelenses comuns.”
Eles estimularam judeus ingleses a participarem de uma campanha de cartas para os membros seniores da Igreja e para o Church Times, o mais influente jornal anglicano, protestando contra o apoio ao EAPP.
Outros grupos judaicos, Lord Sacks ( o rabino chefe), e “Os Amigos Anglicanos de Israel” pediram a rejeição da moção.
Em sentido contrário, o bispo de Canterbury falou do seu ”respeito e gratidão pela imensa coragem e dedicação dos voluntários”. E concluiu: “Há algumas pessoas que assumem sem espírito crítico que o governo de Israel nunca erra, vão ficar claramente muito irritadas…pelo EAPP”.
O Bispo de Manchester tentou uma solução conciliadora, propondo que a menção ao EAPP fosse substituída por “apoio aos palestinos e israelenses de todas as Organizações que trabalham pela paz na região.”
Mas, essa emenda foi rejeitada pelos membros do Sínodo.
No final, a moção pró-EAPP venceu com os votos de 201 bispos, clérigos e leigos. 54 votaram contra. E houve 93 abstenções.
E assim a Igreja de Henrique VIII fechou com a causa dos palestinos.