Como em todas as eleições, todos os candidatos americanos declaram amor profundo a Israel.
Donald Trump fez uma ressalva que escandalizou seus oponentes: numa disputa entre palestinos e Israel, com ele no poder, os EUA seriam imparciais.
Como The Donald tem se revelado um hábil populista, capaz de vocalizar o que os americanos comentam no bar, esta jogada pareceu um vacilo.
Mas não foi.
Os americanos já não são mais unânimes em apoiar as ações de Telaviv, especialmente na era Netanyahu.
Três pesquisas do Google Consumer Survey em fevereiro deste ano revelam que as opiniões pró-Israel caíram de 70% no ano passado para 59% neste.
Enquanto que a Autoridade Palestina elevou seu IBOPE para 24%.
É verdade que Israel continua favorito, com seus elevados 59% , enquanto os palestinos ainda estão bem atrás.
Mas, caso a queda de fevereiro continuar, acabará virando uma tendência que pode chegar longe.
O próprio voto judeu não deverá ser carreado em massa para os candidatos incondicionalmente pró-Israel.
Para a maioria dos membros da colônia judaica nos EUA, político que se diz 100% pró-Israel está se afirmando 100% a favor do governo Netanyahu.
E Netanyahu é cada vez mais mal visto pelos judeus progressistas, que repudiam sua política de assentamentos e negação da independência da Palestina.
Uma demonstração de que a maioria dos judeus americanos opõe-se às posições de Netanyahu é ilustrada por pesquisa da JStreet, em juho de 2015, sobre o acordo nuclear com o Irã, condenado como pecado dos mais mortais pelo primeiro-ministro.
59% desses cidadãos são a favor do acordo. E quando informados que o acordo impunha inspeções intrusivas no Irã para manter sua capacidade de enriquecer urânio abaixo do necessário para uma bomba nuclear, esse número cresceu para 78%.
Já não se fazem judeus americanos como antigamente.