Até agora as negociações entre o Irã e as P+5 (EUA, Rússia, Alemanha, China, França e Reino Unido) vão indo bem.
Mas, é cedo para festejar.
Uma alta autoridade americana declarou aos repórteres, em Viena (Reuters online,9 de abril) : “Agora, nós vamos começar a por no papel (as condições do acordo). A estas alturas, não sabemos se poderemos ter sucesso em construir pontes sobre o abismo (que divide as posições dos 2 lados).”
Há fatos positivos a favor dos iranianos.
Yamano, o chefe da IAEA (Agência Internacional de Energia Atômica), admitiu que o acordo final levará tempo para ser implementado, mas que tudo está indo de acordo com o programado, sendo que o departamento de salvaguardas mantém íntimo contacto com todo o programa nuclear iraniano.
Raramente, se não nunca, Yamano foi tão elogioso ao descrever as investigações da IAEA e a forma coopeariva com que Irã está se comportando.
Oficialmente, o governo americano reluta em manifestar tanto otimismo.
Kerry afirmou que seu governo vai insistir em que o Irã não aperfeiçoe seu programa de enriquecimento de urânio.
Ele afirma que é “de domínio público”, que o Irã teria condições de, em 2 meses, produzir material físsil suficiente para uma bomba.
Segundo o Secretário de Estado, as centrífugas iranianas poderiam passar a produzir urânio dos 3 a 5% atuais para 95%, necessário para bombas nucleares, embora jamais tenham ultrapassado os 20%.
Os americanos acreditam que o uso de uma tecnologia mais eficiente habilitaria Teerã a enriquecer urânio a 95% com mais rapidez.
Recentemente, eles classificaram os mísseis convencionais do Irã como um obstáculo ao acordo de paz.
O que não tem muito sentido, já que essas armas estão totalmente fora das obrigações do Irã para com o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
Acredita-se que os europeus e os chineses, que também integram o grupo dos P5+1, não apoiarão esta estranha colocação.
Mas os americanos continuam reticentes.
Declara um membro do grupo de negociadores do país: ”A única coisa que importa no fim do dia é chegar a um acordo…Nada está decidido até que tudo seja decidido.”
Por sua vez, os iranianos ressaltam os progressos já atingidos.
Diz Zarif, o Ministro do Exterior: “Nós já concordamos em 50 a 60% do acordo (final).”
Parece muito, mas ainda é pouco, já o que mais difícil vem agora.