Obama tem garantido a seu povo farto de guerras que, em 2014, os EUA retiram do Afeganistão todas as suas forças de combate.
Não passa de propaganda.
A verdade é que a ocupação continuará através de algo entre 10 mil e 20 mil soldados – até 2024.
Eles não ficarão sòmente para treinar os soldados afegãos.
Sua missão será também realizar ataques contra rebeldes.
Para permitir a permanência das tropas dos EUA e da OTAN, será necessário que o presidente Karsai assine o Acordo de Segurança Bilateral (BSA).
Ele acaba de declarar que não está disposto a isso, pois os EUA não concordam em submeter suas operações pós-2014 à aprovação do governo afegão.
E isso, Karsai não aceita, seria uma ameaça à soberania do país.
Em entrevista à BBC, ele aproveitou para fazer pesadas críticas à atuação dos EUA e da OTAN: “Na questão da segurança, a ação da OTAN causou ao Afeganistão muitos sofrimentos, muitas mortes e nenhum ganho.”
De acordo com Karsai, as forças dos EUA e da OTAN repetidamente lançaram operações, contra desejos expressos do seu governo, especialmente raids noturnos.
E o presidente afegão foi em frente: “Eles cometeram violações contra nossa soberania e realizaram raids contra nosso povo…”.
E ainda: “Não me sinto feliz ao dizer que existe agora uma segurança parcial. Não é o que nós procuramos. O que nós queríamos era segurança absoluta e uma clara eliminação do terrorismo”.
Mas, a surpresa maior veio depois quando Karsai declarou que, para se conseguir a paz e a segurança total, seria necessário dividir o governo com o talibã.
O que ele achava justo. Afinal, “eles são afegãos”.
Os EUA e a OTAN devem estar indignados com a falta de agradecimento de Karsai, que deve a eles seu posto presidencial.
Agora, terão de esperar pelas eleições de abril de 2014.
E torcer para que o novo presidente tope negociar com eles a permanência das tropas até 2024.
Com liberdade total para atacarem onde e quando seus chefes quiserem.