A reunião dos Grandes com o Irã fracassa antes de começar.

Nas democracias ocidentais, todo homem é inocente antes de sua culpa ser provada.

Pena que não levem esse princípio às suas relações internacionais.

Na sua edição de sábado último, o New York Times informou que, de acordo com diplomatas americanos e europeus, o Irã terá de provar que não tem ambições nucleares militares.

Não basta os serviços secretos americanos e israelenses garantirem que Teerã não tem um programa nuclear militar, nem há indícios de que esteja pensando nisso.

O Irã teria de provar sua inocência, fornecendo evidências irretorquíveis. Como isso não é racionalmente possível, a solução do Ocidente é retirar todos os meios que possam permitir aos iranianos produzir a tenebrosa Bomba.

Segundo as fontes do New York Times, o Ocidente exigirá que o governo do Irã aceite, praticamente, a liquidação do  seu programa nuclear.Teria de interromper já o enriquecimento do urânio a 20%, enviar para fora do país os estoques existentes e ainda desmantelar a usina de Fogor, “altamente perigosa” por ser construída numa rocha, o que a protegeria das bombas arrasa -bunkers americanas.

Em suma, exige-se apenas a rendição total do Irã.

Exatamente, o que Israel vinha exigindo, usando como seu principal argumento a ameaça de ataque aéreo às instalações nucleares iranianas, cujas conseqüências seriam uma guerra regional e o aumento do petróleo, a cifras devastadoras para as economias periclitantes da Europa.

Reporta o jornal Haaretz que autoridades israelenses declararam-se plenamente satisfeitas com essa última chance “generosamente” concedida por Obama e acólitos europeus ao Irã.

No entender deles, Teerã, evidentemente, rejeitará essas condições mesmo porque a dita “última chance” muitas vezes proclamada por Obama e Hillary Clinton, consiste nos iranianos renunciarem a algo que legalmente tem direito, ou seja, o enriquecimento do urânio e a construção de uma usina nuclear, extremamente fortificada para defender-se das constantes ameaças de ataques israelenses e americanos.

A recusa do governo de Teerã, no entender das autoridades israelenses ouvidas pelo Haaretz, levará Obama a bombardear os iranianos com sanções ainda mais destrutivas, se é que isso é possível.

Será a vitória de Netanyahu. Com sua ameaça constante do bombardeio do Irã, ele conseguiu, mais uma vez, dobrar Obama, cujo medo de não conseguir a reeleição o leva a topar qualquer negócio com os israelenses.

Mesmo os sujos como o fechamento dessa “janela” para o Irã que , na verdade, nunca esteve aberta.

 

 

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