Há muito tempo os EUA criticam os novos assentamentos israelenses.
Sempre com delicadeza, escolhendo as palavras para não incomodar ninguém.
Sem qualquer resultado prático.
A expansão dos assentamentos não para.
Agora, talvez para não continuar pregando no deserto, os americanos resolveram sair do sério.
Diante da construção de mais 800 assentamentos, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, John Kirby, condenou Israel por sistematicamente tomar terras palestinas para a expansão de assentamentos judaicos na Palestina ocupada.
Insistiu também em enfatizar que tais ações estão “fundamentalmente sabotando as perspectivas da solução dos 2-estados. “
Expressões como “tomando terras de propriedade palestina” e “Palestina ocupada” sempre foram evitadas para não ofender os ouvidos sensíveis de Netanyahu e seus confrades.
Por sua vez, Ban ki-mon, o secretário-geral da ONU, não fez por menos, bateu duro na nova expansão de assentamentos: “Isto levanta legítimas questões sobre as intenções de Israel a longo prazo, que são expressas pelas contínuas manifestações de alguns ministros israelenses pela anexação da Cisjordânia ”, declarou em seu nome a porta voz Stephane Dujarric.
Ban ki-mon mostrou-se “profundamente desapontado” por ter o anúncio dos novos assentamentos sido feito logo após a publicação do relatório do “Quarteto” que patrocina o processo de paz ora paralisado.
Integrado pelos EUA, ONU, Rússia e Reino Unido, o Quarteto recomenda que Israel pare de construir assentamentos, de negar desenvolvimento aos palestinos e de designar áreas para uso exclusivo de israelenses, as quais os palestinos desejam fazer parte do seu futuro Estado independente.
Especialmente neste ano os EUA mudaram o tom de suas manifestações públicas sobre Israel.
Passaram a ser muito mais críticas e objetivas.
Infelizmente, as ações da política externa americana não mudaram de orientação – continuam defendendo os interesses de Israel, ainda que injustos.