Obama convocou seus aliados do Golfo Pérsico para discutirem o acordo nuclear com o Irã.
Eles estavam assustados: temiam um vizinho hostil, que se tornaria particularmente ameaçador ao dispor de armas nucleares.
O presidente os EUA afirmou que isso não aconteceria, com a grande vantagem do acordo garantir a paz na região.
Para dar mais força a seus argumentos declarou que se uniria aos países do Golfo ante possíveis ameaças. E mais: aprofundaria a assistência militar americana, promovendo todos eles à lista oficial das mais importantes nações aliadas, não pertencentes à NATO.
É muito sério. Com isso, os EUA assumiram estritas obrigações na defesa desses países.
Os representantes dos Emirados Árabes se declararam plenamente satisfeitos.
O emir do Qatar afirmou que agora acreditava que o acordo nuclear poderia ser “um fator de estabilidade na região.”
Até a Arábia Saudita, pouco convicta das boas intenções iranianas, admitiu que possivelmente seus receios estavam bem contornados.
Chato que, mais uma vez, os EUA aparecem comprometidos com países autoritários que desrespeitam direitos humanos.
Pretexto que serviu como uma justificação da ocupação do Iraque e do apoio político e militar à revolução da Síria.
Um crime muito grave para o governo americano, desde que praticado por adversários dos EUA.
Aliados eventualmente levam algumas recriminações, às vezes até críticas da Casa Branca, como acontece com a ditadura militar egípcia, que acaba de receber alguns bilhões em ajuda militar.
Ou como os países do Golfo, inclusive os Emirados, onde, segundo relatório da Anistia Internacional “há um gigantesco golfo entre a imagem pública que a União dos Emirados Unidos tenta promover de um projeto econômico dinâmico, moderno e florescente, centro de hotéis de luxo, arranha-céus e shopping centers e a mais negra realidade de ativistas presos rotineiramente e submetidos a desaparecimentos forçados, torturas e outros tratamentos brutais.”
Embora, honestamente falando, os governantes desses países estarem na classificação de bad guys, nesta hora, valeu à pena serem satélites dos EUA.