Bombas fragmentárias são um tipo de munição que, ao explodirem, lançam dúzias de pequenas bombas que se espalham em muitas direções.
Com isso, além do efeito letal no ponto atingido, ainda atingem pessoas espalhadas numa grande área, provocando mortes e ferimentos graves.
O pior, porém, é quando aparentemente falham – e isso acontece em 5% a 40% dos casos. Aí penetram na terra e se transformam em minas terrestres, que podem matar muito tempo depois.
Civis inocentes são as principais vítimas. 10 mil foram mortos assim e centena de milhares mutilados desde 1965.
As armas de fragmentação são uma herança dos exércitos nazistas que criaram as primeiras: as chamadas SD-2.
Devido a sua brutalidade, sua ação mortífera a longo prazo, é que elas são proibidas por um tratado de 2008, assinado por 116 nações.
Os EUA e a Arábia Saudita ficaram de fora.
E foi usando bombas fragmentárias americanas que os sauditas bombardearam posições dos rebeldes houthis na província de Saada, norte do Iêmen, conforme denúncia do Human Rights Watch (HRW).
O governo de Riadh negou, mas o Human Rigths Watch dispõe de fotos, vídeos e outras evidências bastante claras. Mostram que bombas fragmentárias sauditas foram lançadas sobre plantações há 600 metros de uma área habitada, colocando civis inocentes em grave risco.
Washington tentou sair fora alegando que faz sérias restrições ao fornecer as bombas. Conforme informação do Departamento de Defesa à AFP, exige que os países compradores se comprometam a só usá-las “contra áreas claramente definidas como alvos militares e de que não serão usadas onde se sabe que civis passarão ou em áreas normalmente habitadas.”
Confiando nesse compromisso, os EUA fornecem bombas fragmentárias a países como a Arábia Saudita, que tem um histórico muito ruim no respeito a direitos humanos.
Mais ou menos como franquear o galinheiro a uma raposa, sob promessa de que não irá comer as galinhas.