No seu último relatório trimestral, a IAEA (Agência Internacional de Energia Atômica) afirmou que continuava preocupada com a possível existência não- informada de materiais nucleares no Irã. Inclusive de ações para desenvolver uma ogiva nuclear para mísseis.
Estas dúvidas eram um obstáculo aos esforços do presidente Rouhani para ganhar a confiança dos EUA e parceiros. Algo da maior importância, é claro, para se chegar a um acordo nuclear justo.
Em 20 de fevereiro deste, Jonathan Tirone, no Blomberg Business, reportou informações surpreendentes de dois diplomatas próximos ao IAEA.
Em 14 de janeiro, documentos da CIA foram arquivados como evidências na condenação de Jeffrey Sterling por vazamentos, no tribunal de Alexandria, Virginia.
Descobriu-se que eram desenhos de componentes de bombas nucleares. Sterling trabalhava numa operação da CIA que “plantou” esses documentos de modo a responsabilizar o Irã por eles; E deixar o país sujo como IAEA e o Ocidente.
Trabalhinho muito bem feito, por mais que os representantes iranianos clamassem serem falsificações, a IAEA não acreditava. E nuvens de suspeita continuavam sombreando as negociações do acordo nuclear.
Agora, que a jogada foi descoberta, dizem os dois diplomatas, os inspetores da IAEA estão fazendo uma revisão de todas as informações de inteligência recebidas sobre o Irã, para separar o joio do trigo.
Comentando o caso, afirma Dan Joyner, professor de leis da Universidade do Alabama: “Esta revelação ressalta os perigos da dependência da IAEA em relação a evidências sobre o Irã fornecidas por estados cujas agendas políticas são anti-éticas quando focam o Irã.”