A invasão de Gaza destruiu sua infra-estrutura e milhares de habitações.
O acordo de paz dispõe que os recursos doados para a reconstrução do estreito devem entrar através da Autoridade Palestina, presidida por Mahmoud Abbas, líder do Fatah.
Ele está negando sua autorização.
Para dar seu OK, ele agora, exige a substituição dos funcionários públicos locais pelos funcionários demitidos há sete anos, quando o Hamas expulsou o Fatah, assumindo o governo de Gaza.
Hamdallah, primeiro-ministro da Autoridade Palestina, esclareceu que só assim seu governo poderá assumir o controle total da administração e segurança das obras de reconstrução.
Quanto aos funcionários a serem demitidos, receberiam “micro-financiamentos” para abrir pequenos negócios.
O Hamas reagiu com indignação, exibindo o protocolo de reunião na qual o próprio Hamdallah prometia “garantir a segurança no emprego de todos os funcionários civis, sem exceção.”
Esboça-se um conflito perigoso.
Depois de brigarem de morte em 2007, Hamas e Fatah tentaram fazer as pazes diversas vezes.
No fim do ano passado, finalmente, parecia que conseguiram.
Foi formado um governo de união da Autoridade Palestina, continuando Abbas na presidência até a realização de eleições a serem marcadas.
A questão sobre os funcionários de Gaza não passa de uma jogada política de Abbas para fortalecer seu poder, estendendo-o até Gaza.
Ela põe em risco a unidade palestina, condenada furiosamente por Netanyahu, quando mais ela é necessária.
Cresce o conflito com Israel, depois que os palestinos foram ao Tribunal Criminal Internacional acusando o exército de Telaviv de crimes de guerra em Gaza.
Para enfrentar as retaliações de Netanyahu, a união de todos os movimentos palestinos torna-se vital.
Abbas pode até ter razão.
Mas não é nada legal jogar com o sofrimento de Gaza, de dezenas de milhares de pessoas sem teto ou em casas semi-destruídas.
Especialmente com o inverno mostrando suas garras.