“Cem vezes repetida, uma mentira torna-se verdade”.
John Kerry, secretário de Estado dos EUA, não precisou ser tão fiel a esse ensinamento de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha nazista.
Ele garantiu- uma única vez- que a conferência de Genebra1 decidira que o objetivo de Genebra 2 seria formar um governo de transição na Síria SEM ASSAD. Como o Irã não aceitava essa pré-condição, não poderia participar.
Pronto! Ban-ki-Moon acreditou e desconvidou os iranianos.
A imprensa mundial achou tudo muito lógico.
Aparentemente, ninguém se deu ao trabalho de ler o texto das conclusões de Genebra1.
Daniel MacAdam, do Ron Paul Institute, leu e flagrou que Kerry tinha dado uma de Pinochio.
Diz Daniel no website (em 22/1) de sua entidade que o comunicado final da conferência apenas apela para: “…a criação de um governo transicional para estabelecer um clima neutro no qual a transição possa acontecer. Isso significa que o governo de transição exerceria poderes executivos totais. Ele poderia incluir membros do governo atual e da oposição e de outros grupos e será formado na base de consenso mútuo.”
Cadê a exclusão de Assad?
Mas esse não foi o único deslize Kerry.
Nas vésperas de Genebra 2, ele declarou: “Bachar Assad não será parte do governo de transição.”
Não falou em ouvir o povo sírio, que afinal é o dono do seu país.
Foi violado assim o que Genebra1 preceitua: ”A soberania, independência, unidade e integridade territorial da Síria serão respeitadas.”
De fato, só o povo sírio pode decidir quem deve governá-lo.
Pelo menos, em teoria.