Partidos de direita podem até conseguir maioria nas eleições para o Parlamento europeu em maio do ano que vem.
Em muitos países, essas forças vem avançando de ano para ano.
A principal estrela deverá ser a Frente Nacional (NF), na França, liderada por Marine Le Pen, cuja pregação aproxima-se bastante do fascismo.
As últimas pesquisas mostram 24% de intenções de voto nos candidatos da NF, contra 22% para o centro-direitista “União Para Um Movimento Popular” e apenas 19% para os socialistas, que governam o país.
Para dar uma ideia do progresso dos extremistas de direita do NF, nas últimas eleições para o Parlamento europeu, em 2009, eles obtiveram 6,34% dos votos.
No Reino Unido, outro grupo direitista, o “Partido da Independência”, tem muita chance de superar os conservadores, trabalhistas e liberais, as três forças que há décadas dividem a maioria dos votos nas eleições.
Na Holanda, Polônia, Áustria, Hungria e Bulgária, os radicais de direita também estão bem cotados.
E o partido alemão,”Alternativa para a Alemanha” deverá ganhar seus primeiros lugares no europarlamento.
Todos eles tem uma mensagem nacionalista, propondo medidas contra a imigração, os islamitas e a comunidade europeia.
Esse nacionalismo racista atrai a população europeia que, desesperada pelos sofrimentos causados pela crise, tende a ver nos imigrantes, particularmente árabes, estrangeiros que vem lhes tirar os empregos cada vez mais raros.E vê na União Europeia uma ideia que teria fracassado, responsável pelo abandono dos valores próprios de cada país, cuja volta a direita defende, apelando para o patriotismo das pessoas.
Ao lado da ascenção da extrema-direita, a extrema-esquerda também parece estar no mesmo caminho.
Ela é também anti – europeia e se apresenta como uma solução radicalmente nova, aproveitando a desilusão popular em relação à política tradicional.
Os socialistas holandeses devem ser muito bem votados.
O mesmo provavelmente acontecerá com os comunistas na República Checa. Espera-se que eles demonstrem sua força já nas próximas eleições locais, quando crescerão tanto que podem ser chamados a participar da coalizão de governo, pela primeira vez desde que o país abandonou o comunismo, em 1989.
Nas recentes eleições alemãs, outro partido de esquerda, o Die Linke também mostrou que será forte no Parlamento da Europa, ao receber tantos votos que é agora a terceira força no país, superando os verdes e os liberais.
Outros países onde as esquerdas tem tudo para conseguir eleger boas representações são a Grécia e a Bulgária.
Embora rivais, a esquerda e a direita tem um ponto comum: rejeitam a comunidade europeia.
Comentando o assunto, o presidente Hollande, da França, disse: “No próximo maio, o parlamento europeu poderá ser em grande parte composto por anti-europeus. Seria uma regressão e uma ameaça de paralisia”.