Guantánamo: pagam os inocentes pelos culpados.

No discurso em que prometeu acabar com Guantánamo, Obama acusou o Congresso de bloquear sua ação nesse sentido.

Esqueceu de nomear outro culpado: ele próprio.

Em 2009, os presos considerados inocentes estavam sendo libertados quando foi flagrado pelo FBI um plano para explodir um avião.

Imediatamente, Obama decretou a moratória da libertação de todos os inocentes de Guantánamo, que, evidentemente, não tinham nada a ver com o atentado evitado.

Eram 86, dos quais 56, yemenitas.

Estes últimos, ficaram muito felizes quando, no celebrado discurso de maio deste ano, o presidente, tomado por ardor humanista, revogou essa proibição.

Sua alegria acabou no início de agosto.

Foi quando o presidente do Yemen veio aos EUA para tratar de vários assuntos com o presidente Obama.

Um deles era a liberação dos yemenitas presos, exigida pela população do país.

Havia um grande movimento popular, com passeatas e tudo, até com aprovação dos ministros do regime.

O governo local tinha até um esquema para controlar os egressos de Guantánamo: ficaria de olho neles, como garantia do seu bom comportamento.

Mas Obama cortou esse barato.

Como todo mundo sabe, os serviços de segurança ianques haviam descoberto indícios de que a Al Qaeda preparava um terrível atentado contra interesses americanos.

Provavelmente no Yemen.

Pela lógica do governo americano, seria arriscado enviar para o país 56 yemenitas presos há anos sob suspeita de terrorismo, embora essa acusação  apurou-se  ser falsa.

Portanto, já que era para o bem dos americanos e felicidade geral dos EUA, ele, Obama, dizia que os prisioneiros yemenitas não sairiam mais de Guantánamo.

Ficavam.

Por prazo indefinido (como as autoridades de Washington tanto gostam).

 

 

 

 

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