Por fim, o barraco EUA-Coreia do Norte parece que vai acabar.
A mediação da China começa a dar resultados.
O governo de Piongiang dá sinais de aceitar discutir um acordo com a chamada comunidade internacional.
Desde 2003, representantes de 6 nações – Coreia do Norte, Coreia do Sul, Rússia, EUA, Japão e China – vem se reunindo periodicamente para discutir os problemas causados pelo programa nuclear militar norte-coreano.
No ano passado, a Coreia do Norte retirou-se das conversações quando promoveu testes nucleares e foi punida pela ONU.
Na ocasião, a China, normalmente aliada de Piongiang, uniu-se aos EUA para aprovar uma série de sanções.
A rebeldia norte- coreana ameaçava a paz no Leste da Ásia, e os chineses necessitam de paz no seu quintal.
As relações entre os dois países esfriaram bastante devido ao clima bélico criado pela postura agressiva norte- coreana no conflito verbal com os EUA.
Chegaram a quase congelar mais recentemente, quando as autoridades de Piongiang confiscaram um barco de pesca chinês, que entrou nas águas territoriais do país, prendendo seus 12 tripulantes.
A estas alturas, Beijing resolveu dar um basta na situação.
Sua intervenção acabou pesando.
Era fatal que isso acontecesse.
A boa vontade chinesa é fundamental para a Coreia do Norte.
Além de ser o único aliado poderoso, a China recebe 25% das exportações norte- coreanas, fornece metade das suas importações – que representam 80% dos bens de consumo na Coreia do Norte e 45% dos alimentos.
A China também tem prestado ajuda alimentar e econômica em diversas ocasiões.
Some-se a estas razões, o fato de que o presidente Kim Jong Um parece ter adquirido o controle das forças armadas, quando demitiu um dos principais líderes militares do ministério da Guerra.
Não precisava mais fazer demonstrações de coragem e agressividade contra o bicho- papão, EUA.
Por tudo isso, era conveniente aceitar o apelo chinês.
E foi o que aconteceu: Kim Jong Um enviou uma carta ao chefe do governo de Beijing, Pres Xi Jimping, dizendo estar pronto para reiniciar negociações com o grupo das 6 nações.
Os EUA , provavelmente insistirão em que os norte- coreanos desmontem seu programa nuclear ou, pelo menos, aceitem sua moratória e a permissão para os inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Nuclear) entrarem no país para fiscalizar seu cumprimento.
Estabelecimento de relações diplomáticas e comerciais com EUA, Japão e Coreia do Sul; assinatura de um tratado de paz, que garanta a segurança do regime e considerável subsídio alimentar são exigências tradicionais do governo comunista.
É possível que as partes acabem entrando em acordo.
Mas deve demorar bastante.