No dia 13 de janeiro, centenas de soldados israelenses invadiram o assentamento de Bab Al-Shams, expulsando violentamente seus moradores.
Detalhe: tratava-se de um assentamento de palestinos, não de judeus israelenses.
Outro detalhe: segundo o jornal israelense Haaretz, as terras não eram estatais mas de propriedade particular palestina.
Terceiro detalhe: mandato de injunção expedido pela Justiça de Israel garantia os palestinos no assentamento, proibindo seu despejo.
Quarto detalhe: o assentamento localiza-se, na chamada zona E-1, em Jerusalém Oriental, que os palestinos pretendem ser parte do seu futuro estado independente.
Com isso, Israel vai instalar um novo assentamento judaico em terras que não lhe pertencem, mas sim aos palestinos despejados (muitos foram presos e alguns feridos).
Ao mesmo tempo, os chefões de Telaviv simplesmente desrespeitaram decisões do próprio judiciário do país, mandando para o espaço a ideia dos “3 poderes independentes”, essencial numa democracia.
Finalmente, o local do novo assentamento judaico, a chamada zona E-1, é considerado crítico pois, com seu território tomado por assentamentos israelenses, irá separar Jerusalém Oriental da Cisjordânia, dividindo em dois o futuro estado palestino.
Por isso mesmo, por pressão de George Bush (?), Netanyahu, durante anos, absteve-se de criar assentamentos na região.
Ban-Ki-Mon, secretário-geral da ONU pediu que o premier de Israel voltasse atrás, lembrando que assentamentos na Palestina são ilegais perante as leis internacionais.
Claro, Bibi não deu a mínima.
Interessante foi a reação de Obama.
Segundo Jeffrey Goldberg, colunista da revista Atlantic, o presidente americano “…falou a várias pessoas que ele esperava esse tipo de comportamento da parte de Netanyahu e sugeriu que se tornara sem condição de influir no que ele vê como políticas auto- destrutivas do israelense.”
E Goldberg ainda informou que, na semana depois da votação da ONU em favor da Palestina, Obama disse “particularmente e várias vezes” que, a cada novo assentamento, Netanyahu está levando seu país para um caminho de total isolamento.
Por enquanto, a Casa Branca não desmentiu o jornalista indiscreto.