Desde 1970, a OSCE vem acompanhando eleições na Europa e na América com o fim de observar se as votações e apurações foram limpas e honestas.
Centenas de países já foram visitados pelos representantes da OSCE, sendo suas conclusões sobre cada eleição consideradas como artigos de fé.
Evidentemente, onde o governo costuma manipular as eleições, pressionando eleitores, fraudando apurações ou praticando outros atos igualmente ilícitos, a OSCE não é bem vinda.
Atendendo a solicitações, a organização concordou em enviar 44 membros para fiscalizarem as eleições presidenciais americanas.
Eis que, para surpresa geral, o governo do Texas se opôs.
Em carta enviada à OSCE, disse o Procurador Geral do estado :”Os representantes da OSCE não estão autorizados pela lei do Texas a entrarem nos locais das votações”.
E preveniu : “Será considerado crime a presença de um representante da OSCE numa área de 100 pés a partir da entrada do local de votação. A falta de cumprimento dessas disposições poderá sujeitar os representantes da OSCE a processo criminal.”
Por que o governo do Texas não admite uma fiscalização neutra do seu processo eleitoral?
Uma resposta aparentemente óbvia seria porque tem péssimas intenções, talvez pretenda realizar ações à margem da lei para garantir a vitória dos seus candidatos.
Há outra hipótese.
Para o governador republicano do Texas, Rick Perry, seria uma ofensa para seu estado uma organização internacional atrever-se a fiscalizar suas eleições, como se fosse admissível a hipótese de fraudes.
Rick Perry, o mesmo que propôs que os pobres também pagassem imposto de renda, é um dos crentes da teoria do “excepcionalismo americano”, segundo a qual os EUA seriam um país privilegiado, destinado pela Providência a guiar o mundo.
Seria ultrajante que representantes de outras nações, dos povos “guiados”, se atrevessem a submeter a julgamento eleições do orgulhoso estado da “estrela solitária.”
Portanto, caras da OSCE, não se atrevam a avançar pelos limites texanos.
John Wayne está a postos para lhes dar voz de prisão.