O Sunni Ittehad, conselho integrado por 50 eruditos sunitas, intérpretes do islamismo, emitiu um fatwa (decreto religioso) condenando os talibãs paquistaneses.
O motivo foi o atentado promovido contra a menina Malala que denunciou num blog práticas discriminatórias das mulheres.
O fatwa afirma que as razões religiosas invocadas pelos talibãs para justificar seu ato baseavam-se em interpretações erradas do islamismo e aberrantes da sharia (princípios do islamismo).
Para os eruditos islâmicos, os talibãs são mal orientados e suas mentes dirigidas pela ignorância.
“O Islã não proíbe as mulheres de adquirir educação e, ao atacarem Malala, os talibãs passaram alem dos limites do Islã”, acrescenta o fatwa.
E mais adiante: “O profeta Maomé considerou a vida e as propriedades dos islamitas mais importante do que a santidade da Kaaba (lugar sagrado do islamismo). Matar um ser humano inocente é o mesmo que matar a humanidade inteira.”
Quanto à declaração do talibã que a menina foi morta pela grandeza da religião, os eruditos do Conselho Sunita afirmam que o Islã condena o assassinato de mulheres, pois “o Islã não permite que nem mesmo as mulheres apóstatas sejam mortas.”
O texto da fatwa conclui lembrando que os EUA são inimigos do Islã e do Paquistão e que nenhuma cooperação com eles está de acordo com a sharia.