Os americanos contra o imperialismo.

Os 2 grandes partidos dos EUA marcham na contramão do eleitorado.

Eles continuam defendendo as intervenções americanas nos assuntos dos outros países.

Recente pesquisa do Chicago Council on Global Affairs  (CCGA) mostrou que o povo americano, não quer mais hegemonias ou aventuras imperiais.

Especialmente a chamada Geração do Milênio, jovens entre 18 e 29 anos. Eles se declaram desinteressados em coisas como o terrorismo internacional e o crescimento da China. E apóiam muito menos as ações dos EUA no exterior do que os grupos mais velhos.

Por sua vez, os eleitores independentes são bem mais contrários a intervenções no estrangeiro do que os democratas e republicanos.

Enquanto isso, a campanha de Romney prega uma atuação muito maior e mais agressiva dos EUA no exterior.

E o governo Obama faz questão de participar das guerras contra o terrorismo em diversos países da África e da Ásia; constrói novas bases militares no Extremo Oriente para conter a China; envia uma grande frota para intimidar os iranianos no seu próprio litoral;  envia drones para atacar talibãs e conexos no Paquistão e no Yemen, sem falar da Guerra do Afeganistão, que vem conduzindo com imensas despesas.

Os jovens e os independentes americanos rejeitam firmemente estas posturas imperiais.

O público, de um modo geral, opõe-se à manutenção de bases militares por longos períodos no Iraque e no Afeganistão.

E, surpresa! 70% dos respondentes são contra um bombardeio unilateral americano das instalações nucleares do Irã. E mais: 59% acham que, se os israelenses atacarem o Irã, se virem sozinhos.

A pesquisa verificou que as guerras contra o Iraque e o Afeganistão e os sofrimentos da crise financeira global deixaram a maioria das pessoas de pé atrás diante de intervenções internacionais, especialmente militares.

“10 anos depois do 11 de setembro, os americanos estão num processo de recalibragem de sua visão de engajamentos internacionais e procurando  meios menos caros para projetar uma influência americana positiva e proteger nossos interesses no mundo”, analisou Marshall Bouton , presidente do CCFR.

E ele disse mais: “Agora, com um forte sentimento que as guerras forçaram demais nosso exercito e exigiram em excesso dos nossos recursos econômicos, eles preferem evitar o uso de força militar, sempre que possível.”

De fato, 67% do público acham que a guerra do Iraque não valeu à pena e 70% sustentam que a experiência da guerra do Iraque deveria tornar a nação mais cautelosa.

Quanto à Guerra do Afeganistão, cujo objetivo inicial era liquidar a Al Qaeda no país, a maioria, 51%, acham que não fez diferença alguma para os EUA. Nem para bem, nem para mal.

Ergo, quase 5 mil vidas e centenas de bilhões de dólares foram jogados fora..

O nível de apreciação das intervenções internacionais dos EUA pode ser medido pela resposta a uma questão que a pesquisa do CCFR faz todos os anos: “O que é melhor para os EUA: tomar parte ativa nas questões mundiais ou ficar fora dessas questões?”

A Geração do Milênio apresentou uma opção recorde pelo muro -52%, enquanto o público geral ficou em 38%, o número mais alto desde a primeira pesquisa do CCFR, feita logo após a 2ª. Grande Guerra, e 7% maior do que em 2010.

Quase 8 entre 10 respondentes acham que os EUA estão protagonizando    o policial do mundo de uma maneira excessiva, mais do que deveria.

Coerentes com o espírito geral das posições declaradas, 56% concordam que os EUA deveriam tomar mais decisões dentro das Nações Unidas mesmo que não fossem sua primeira escolha.

A política de crescente independência de nações como o Brasil, o Egito e a Turquia foi considerada por 69%  “em geral boa”, devido à reduzida confiança dessas nações nos EUA.

Segundo a maioria dos respondentes – 53% – é importante para a política externa que os EUA mantenham superioridade militar.

Talvez incoerentemente, 2/3 querem que o orçamento militar seja cortado, sendo que metade deseja que corte seja igual ou maior do que o feito em outros programas do governo.

Finalmente, uma conclusão alentadora para a paz: 2/3 das pessoas sustentam que a Casa Branca deve estar pronta para manter conversações com os líderes de Cuba (73%), Coréia do Norte (69%) e Irã (67%).

Os resultados dessa pesquisa, mostram que as teses do partido republicano sobre política internacional são rejeitadas pela maioria da população americana.

Na verdade, boa parte dos congressistas democratas pensam igual a seus adversários.

Infelizmente, o eleitorado dos EUA não costuma dar muita importância a essas questões na hora de decidir em quem votar.

Do contrário, o Great Old Party não seria maioria na Câmara, decidindo contra o que o povo americano pensa.

 

 

 

 

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