Parece que o governo do Paquistão não é dono do seu espaço aéreo.
Por enquanto, os EUA pintam e bordam por lá, sem autorização do governo de Islamabad.
O parlamento exigiu o fim dos drones, aqueles temíveis aviões sem piloto que matam civis inocentes, além de talibãs.
Os militares do país, por verem neles um atentado à soberania nacional, e o povo, por ver neles uma ameaça à vida dos camponeses do Waziristão, aplaudiram com entusiasmo.
O governo Zardari apoiou: não permitimos mais drones bombardeando o Waziristão!
Provavelmente emocionado, o Primeiro-Ministro Gilani voou até Washington para informar ao Presidente, em nome do seu governo, que o Paquistão não queria mais ver drones nos seus céus.
Delicadamente, Obama ponderou que os EUA não estavam preparados para abandonar sua preciosa arma, a qual “eventualmente seria útil na eliminação do terror.”
Sem esperar que Gilani fechasse a boca (que ele abrira cheio de espanto ante a negativa presidencial), Obama declarou que o importante era fechar um acordo para reabertura da fronteira paquistanesa, permitindo a passagem dos caminhões de suprimentos para o exército americano no Afeganistão.
Indignado com a morte dos seus 26 soldados pela aviação americana, o governo Zardari havia fechado a fronteira para impedir a passagem dos caminhões.
Ainda chocado, Gilani respondeu que não estava autorizado a firmar nenhum acordo secreto e que, portanto, as fronteiras permaneciam fechadas.
Evidentemente, isso não vai ficar assim.
Obama não pode continuar desrespeitando a soberania do Paquistão. Ficaria muito feio para os EUA.
Ou ele aceita o fim dos vôos dos drones ou o governo paquistanês, mais uma vez, arregla.