Os salafitas promoveram uma passeata com 10 mil pessoas exigindo a aplicação da Sharia na nova Constituição da Tunísia.
A Sharia é o conjunto das leis do Alcorão, que Maomé pregava no século 7. Idade Média, portanto.
Obrigação das mulheres usarem véu e proibição de bebidas alcoólicas são algumas dessas regras medievais que os salafitas – fiéis de uma seita extremista do islamismo- defendem.
Os muçulmanos modernos, respeitam os princípios da Sharia, mas entendem que suas regras práticas foram feitas para épocas passadas. Não para os dias de hoje.
É praticamente certo que os salafitas não serão atendidos.
O moderado partido Enahda, ligado à Irmandade Muçulmana, que tem a maioria dos parlamentares, já afirmou que deseja um governo islâmico “à la turca”. Ou seja, com plena liberdade, direitos iguais para homens e mulheres e sem proibições 14 séculos atrasadas.
Numa demonstração de que essas intenções são verdadeiras, o Enahda formou uma coalizão com 2 partidos secularistas para governar o país, preterindo os salafitas.
Se a nova constituição atendesse aos salafitas, teria de proibir até biquínis nas praias. O que seria desastroso para o turismo, uma das principais fontes de renda do país.