Depois de anos de separação, marcado por conflitos e troca de acusações, os movimentos pró independência da Palestina se uniram.
Hamas e Fatá concluíram que sua desunião prejudicava a causa do seu povo. Numa série de reuniões, chegaram a um entendimento. E, na semana passada, na capital do Qatar, as duas partes assinaram um acordo, determinando a formação de um governo provisório, presidido por Mahmoud Abbas, Presidente da Autoridade Palestina.
Abbas deverá formar um governo de técnicos cujos objetivos serão supervisionar os trabalhos de reconstrução de Gaza e preparar eleições para breve.
Como era esperado, Netanyahu, Primeiro Ministro de Israel, condenou a união alegando que, agora, seria impossível negociar a independência da Palestina com um governo do qual participaria o Hamas, que Israel e o Ocidente consideram terrorista.
E concluiu: “Ou se faz as pazes com o Hamas ou com Israel. Com ambos é impossível.”
Estas declarações acrescentaram muito pouco. O que se viu até agora é que, com Netanyahu, a paz tem sido impossível, haja vista a última tentativa frustrada por sua recusa em parar os assentamentos, aliás, condenados pela ONU.
Apesar dos protestos do premier de Israel, a União Europeia ofereceu ajuda aos palestinos, afirmando que considerava a reconciliação e as próximas eleições importantes passos para um acordo árabe-israelense.
Michael Mann, porta voz da chefe de Política Externa da União Europeia, Catherine Ashton, declarou que a entidade “espera continuar a prestar apoio (financeiro) ao novo governo palestino desde que ele se comprometa com a não-violência, reconheça Israel e apoie soluções negociadas para o conflito do Oriente Médio.”
A maioria dessas condições serão, certamente, atendidas. O reconhecimento de Israel pelos árabes parece ser mais difícil.
Convém notar que Israel também não reconhece o Hamas como governo de Gaza.
Acredito que as duas partes tem problemas para se reconhecerem mutuamente. E que só serão resolvidos, não no início, mas sim na conclusão das negociações pela independência da Palestina.