Como era esperado, os partidos islâmicos ganharam as eleições parlamentares no Kuwait.
Juntos, salafistas e a Irmandade Muçulmana elegeram 34 dos 50 deputados do Parlamento.
O partido do governo ficou longe, com apenas 15 eleitos.
O Kuwait é uma monarquia parlamentar autoritária.
O Primeiro- Ministro é sempre um Emir da família AlSabah. Ele deve ser aprovado pelo Parlamento.
Durante a campanha, a Oposição defendeu reformas na Constituição, provavelmente, retirando essa prerrogativa da família real. A corrupção e a Sharia foram temas constantemente abordados pelos membros da oposição.
Falando depois da vitória, o deputado Obnaid al-Wasmi avisou que “todos os arquivos da corrupção serão abertos. A lei será aplicada a todos e aqueles que não aceitarem que a lei seja aplicada a eles, que deixem o Kuwait.”
Há denúncias de que membros do governo anterior teriam se apossado de centenas de milhões de dólares.
O resultado das eleições deixa algumas questões em aberto:
– quem irá preponderar? Os salafitas que exigem a aplicação estrita da Sharia (Lei do Alcorão) ou a Irmandade Muçulmana que acham que ela deva apenas inspirar as leis;
– o Kuwait continuará alinhado aos EUA ou assumirá uma postura independente? Essa questão é particularmente grave no momento atual, pois o Kuwait sendo uma potência petrolífera, será solicitado pelo Presidente Obama a aumentar sua produção de petróleo, tendo em vista a substituição do petróleo iraniano a ser retirado do mercado pelo boicote do governo americano.