O site americano AntiWar noticiou que o Ministro das Relações Exteriores Avigdor Lieberman formou um time para organizar retaliações contra a Turquia. Tudo porque o governo de Istambul está de briga com Israel por conta da recusa de Telaviv em pedir desculpas pelo massacre da Flotilha da Liberdade. Uma das propostas é armar o Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK) para realizar atentados, atingindo instalações militares turcas.
Como se sabe, o PKK é um movimento terrorista. E houve quem considerasse muito estranho que Israel, aliada preferencial dos EUA em sua “Guerra ao Terror”, estivesse planejando um tipo de ações que tanto condena.
Quem conhece o ministro Lieberman não achou nada demais.
No ataque israelense a Gaza, ele declarou: ”Nossos soldados estão fazendo um bom trabalho em Gaza mas a solução não é a invasão, é a que os EUA adotaram em Hiroshiima e Nagazaki.”
Em outra ocasião, ele propôs “afogar os palestinos no Mar Morto” . É também dele esta confissão:”Se dependesse de mim ligaria para a Autoridade Palestina para dizer que todos os seus escritórios de negócios em Ramalá serão bombardeados amanhã, às dez.”
Tiradas assim levaram Eric Yoffie, Presidente da União pela Reforma do Judaísmo, a qualificar a trajetória política de Lieberman como: “uma campanha ultrajante, abominável e geradora de ódios, cheia de incitações que, aceitas, levariam Israel às portas do inferno.” E Martin Peretz, um jornalista crítico do movimento pela paz, a chamar Lieberman de : “neo-fascista…um gangster escrachado…”
Devo dizer que Nethanyau negou apoio oficial ao terrorismo curdo mas é muito grave que ele mantenha num cargo da mais alta importância, como é o Ministério das Relações Exteriores, um individuo com as posições de Lieberman.
Na verdade, para gente como ele, o que faz do terrorismo um crime é seu uso pelos adversários. Quando os terroristas agem contra esses mesmos adversários, então, magicamente, despem suas veste satânicas e tornam-se anjos combatentes da luta pelo Bem contra o Mal.
È aquela história: os inimigos do meu inimigo são meus amigos.
Um raciocínio, talvez cínico, compartilhado por muitas figuras de relevo no mundo moderno.
Veja, por exemplo, o que disse o congressista Brad Sherman, do Partido Democrata. Ao defender que o MEK, o Mujhaledin-El-Kharp, autor de atentados no Irã, fosse retirado da lista de movimentos terroristas dos EUA, ele disse: ”eles não são inimigos dos EUA, são inimigos dos nossos inimigos.”
Sherman integra uma grande campanha de relações públicas, promovida pelo MEK, que conta com o apoio de personalidades como o ex embaixador americano na ONU, John Bolton, líderes políticos(especialmente do Partido Republicano) e membros da comunidade de informações.
Conforme o Departamento de Estado,o MEK tem em sua folha corrida de ataques que mataram muitos iranianos e até americanos, apoio a Saddam Hussein na guerra contra o Irã e em massacres que o falecido ditador promoveu de curdos e xiitas.
O MEK alega que renunciou ao terrorismo há mais de 10 anos. O FBI contesta, tem provas de que, pelo menos até 2004, esses “iranianos amigos” andaram pintando e bordando, saindo muito alem dos limites do ético.