Autoridades suecas protestaram contra o Equador por ter concedido asilo a Assange.
Nosso país é uma nação sob o império da lei, afirmaram.
Mas negaram-se a garantir que não extraditariam para os EUA o criador do Wikki Leaks.
Que ele busque nos EUA garantias de que não pedirão sua extradição.
Por aí, nada feito.
O governo Obama recusou-se a informar se iria ou não pedir que os suecos enviassem Assange aos EUA para ser processado.
Sintomaticamente criticaram o governo do Equador pelo asilo, o que deixa clara suas intenções de punir quem revelou ao mundo os poderes de sua política externa.
Fez mais do que isso: protestou contra a convocação de uma reunião da OEA, solicitada pelo Equador para discutir a ameaça inglesa de invadir sua embaixada em Londres para capturar Assange.
As recusas suecas de negar uma futura extradição aos EUA e de interrogar o criador do Wikki Leaks na embaixada equatoriana como foi proposto, configuram uma dúvida razoável sobre a imparcialidade com que seu problema será tratado.
Aliás duas : é duvidoso que ele venha ou não a ser extraditado para os EUA, que o consideram um inimigo político, é duvidoso que ali seja ou não processado e condenado à pena de morte (que não existe na Suécia) ou prisão perpétua.
Duas dúvidas razoáveis são motivo mais do que suficientes para Assange não ser forçado a viajar para a Suécia.
Todas estas dúvidas são acentuadas por mais dois fatos : a Suécia, atualmente, é governada por uma coalizão de direita, totalmente contrária ao Wikki Leaks e favorável à política externa americana; mesmo Assange sequer tenha sido acusado em processo (por enquanto, está sob investigação) autoridades já o declararam o inimigo número 1 do país, pelo crime, não provado, de transar sem camisinha.