Surgem novas evidências das culpas sauditas no atentado de 11 de setembro.
Um dos membros da comissão de 10 membros que investigou o crime terrorista fez espantosas revelações, rejeitando a conclusão de que a Arábia Saudita ou indivíduos das suas repesentações nos EUA fossem inocentes.
Também a NBC online e o Salon juntaram-see ao The New York Times e ao The Independent (Londres) para também noticiar a ameaça saudita de vender 750 bilhões de dólares em ativos do Tesouro americano se aprovada lei que permitirá que o Reino Saudita seja processado nos EUA.
Membro da comissão de investigaça do Congesso, John Leman, ex-secretário da Marinha no governo Ronald Reagan, declarou acreditar haver clara evidências de que funcionários do governo de Riadh fizeram parte de uma rede de apoio ao atentado.
Segundo Leman: “Havia uma assustadora participação de indivíduos sauditas auxiliando os sequestradores e alguns deles trabalhavam no governo saudita”.
Leman, que foi o primeiro a discordar das conclusões da comissão de 10 membros, afirmou em entrevista”. Nosso relatório não deveria nunca ser lido como uma exoneração da Arábia Saudita”.
Na semana passada, ele informou que cinco funcionários do governo do Reino foram investigados, inclusive membros do Ministério de Assuntos Islâmicos que possivelmente teriam oferecido assistência aos autores do atentado.
Esta afirmação foi completada por outro membro da comissão), o ex-senador Bob Grahan. Ele acrescentou que outros setores do governo saudita também estavam envolvidos. Foi Grahan quem redigiu 28 páginas subtraídas do relatório das investigações pelo governo Bush e cuidadosamente guardadas na Casa Brana, onde são mantidas em segredo.
Ele revelou ainda que, atrás das portas fechadas, parte da comissão protestou energicamente contra o modo com que o material relativo aos sauditas foi apresentado no relatório final, ignorando evidências de que funcionários sauditas – especialmente de níveis mais baixos do governo – pertenciam a uma rede de apoio da al Qaeda, escalados para dar assistência aos sequestradores depois de sua chegada nos EUA.
Depois da publicação do relatório final, em 2003, as famílias dos 3 mil mortos no atentado exigiram a revelação do conteúdo das 28 páginas secretas.
Questionao o então presidene Bush veio com uma desculpa para lá de esfarrafada. Sua publicação poderia tornar públicas práticas da inteligência dos EUA, que convinha ocultar.
Desde então, a família das vítimas do atentado vem pressionando as autoridades para que a verdade sobre o atentado de 11 de setembro de 2002 seja conhecida pela nação.
Foi uma luta longa.
Sómente neste ano, o presidente Obama cedeu e anunciou para breve ( julho ou agosto) a publicação das 28 páginas secretas. Porém, só depois que John Clapper, o chefe da inteligência americana as lesse com cuidado para censurar tudo que ameace a segurança nacional. Há dúvidas sobre possíveis cortes de fatos desabonadores para os sauditas.
Enquanto isso, foi apresentada no Senado uma lei bipartidária permitindo que autoridades estrangeiras possam ser processadas nos EUA, o que até então era proibido.
Em caso de aprovação, somando os depoimentos acima a possíveis evidências contidas nas 28 páginas, as famílias das vítimas do ataque terrorista de 11 de setrembro poderiam processar o governo de Riadh.
Diante disso, o primeiro-ministro saudita Adel al-Jubeir ameaçou vender 750 bilhões em ativos do Tesouro americano, o que produziria uma crise de efeitos gravíssimos nos EUA.
Em outra ocasião, preocupado com as muitas repercussões de sua ameaça, o primeiro-ministro tentou suavizar as coisas: “O que nós dissemos foi que uma lei assim faria a confiança dos investidores encolher. Não só da Arábia Saudita mas também de outras nações”.
Posteriormente, soube-se que as ameaças do primeiro-ministro não seriam de efeitos tão devastadorers quanto pareciam.
A Arábia Saudita possuía “apenas” 116,8 bilhões de dólares da dívida americana, o que a fazia um dos maiores detenrores, conforme o Bloomberg News. Mas isso não queria dizer tanto assim pois a China, com 1,3 trilhão de dólares e o Japão com 1,1 trilhão estavam bem acima no ranking dos detentores da dívida dos EUA.
Mesmo assim, Obama não quis comprasr briga com seus bons amigos sauditas e manifestou-se contra a lei.
“Se nós abrirmos a possibilidade de pessoas nos EUA poderem começar a processar rotineiramente outros governos, então nós também abriremos a possibilidade de pessoas em outros países poderem processar rotineiramente os EUA” declarou Obama à CNN recentemente.
Não estava de todo errado.
Com a nova lei, por exemplo, famílias das milhares de vítimas dos drones no Paquistão e no Iêmen poderiam colocar Tio Sam no desconfortável banco dos réus.
O presidente não se limitou a posicionar-se contra, tratou de fazer lobby para derrubar a lei no Senado.
Não adiantou nada, a lei foi aprovada unanimimente.
Se passar também na Casa dos Representantes, vai ficar muito difícil para a Casa Branca bloquear sua aprovação final.
E, caso a censura de Clapper não impeça as 28 páginas secretas de demonstrarem a participação de funcionários sauditas no atentado das Toreres Gêmeas, as relações Washington-Riadh ficarão bastante estremecida.
Acredito que essa participação saudita seja real, do contrário seu governo não ousaria ameaçar de colocar os EUA numa fria se não bloqueassem a publicação de fatos incriminadores e a possibilidade legal das famílias das vítimas processarem o Reino.
Não acho bizarra uma colaboração com a al Qaeda apesar dela ser hoje combatida duramente pelo governo de Riadh.
Tanto a Arábia Saudita quanto o pessoal do extinto bin Ladem são crentes do wahabismo, a mais retrógada, conservadora e radical seita do islamismo.
Em 1979, o país fez um acordo com os wahabitas: o Reino forneceria bilhões para a construção de mesquitas e madrassas (escolas) da seita, em troca as atividades dos militantes só se realizariam no estrangeiro.
O acodo foi cumprido.
As construções religiosas wahabitas se espalharam pelo mundo e as vastas somas enviadas pelos sauditas acabaram sendo usadas também para fins terroristas confome dois testemunhos insuspeitos:
– Hiillary Clinto, quando secretária do Estado: “Doadores na Arábia Saudita constituem a mais significativa fonte de recursos dos grupos terroristas sunitas (o wahabismo é uma corrente sunita) em too o mundo (Wikkileaks) ”;
– Em julho de 2003, o wahabismo foi identificado pelo Parlamento Europeu como a principal fonte de terrorismo global.
O Departamento de Estado dos EUA calculou que nas quatro últimas décadas, o governo de Riadh aplicou 10 bilhões de dólares em instituições com o fim de divulgar o wahabismo. Experts da inteligência americana estimam que de 15% a 20% foram desviados para a al Qaeda e outros movimento jihadists violentos.
Claro, há uma diferença entre as crenças dos príncipes sauditas e as da al Qaeda que é um grupo furiosamente radial, o que os sauditas não são.
Além disso, a petromonarquia e os EUA são aliados, unidos nos interesses econômicos, que constituem o mais sólido fator de amizade entre países.
Em 2002, data do atentado, não eram tão próximos assim e a al Qaeda tinha muitos amigos no Reino, wahabitas como ela. Provavelmente, vários infiltrados na administração.
Porque alguns desses funcionários (ou mesmo autoridades) wahabitas radicais não ajudariam os terroristas a realizarem um feito de repercussão mundial, uma grande vitória contra os infiéis?