Conquistar hearts and minds dos afegãos sempre foi um dos principais objetivos dos americanos no país.
Há quase 3 anos realizaram uma grande operação militar na província de Helmands, não só para expulsar os talibãs, mas também para mostrar ao povo como era melhor viver numa democracia.
15 mil soldados, principalmente dos EUA, derrotaram os talibãs em Marjah, a capital, e ocuparam os postos-chaves de toda a província de Helmand.
Hoje, os chefes da OTAN proclamam ganhos consistentes.
Diz James Graybeal, porta- voz da ISAF: “ Enquanto a atividade da insurgência continua problemática em vários distritos, especialmente no norte de Helmand e a oeste de Kandahar, dados mostram uma marcante redução das ações do inimigo, de um modo geral.”
Mas não é preciso abrir champagne.
Apesar de uma queda de 8% em ataques talibãs de janeiro a outubro deste ano, em relação ao mesmo período no ano passado, Helmand e a vizinha NImroz concentraram 32% de todos esses ataques no país inteiro.
Nada disso, porém, impressiona a maioria dos habitantes de Helmand.
Na verdade, eles até acham que no tempo dos talibãs a vida era mais tranquioa.
Atualmente, as coisas vão muito mal.
Á noite, os cidadãos tem medo de sair na rua pois bandos de ladrões estão constantemente à espreita para atacar.
De dia, a polícia e autoridades do governo legal costumam exigir subornos dos comerciantes.
A maioria lembra com saudade dos talibãs, que cortavam as mãos dos ladrões e garantiam a segurança da população, combatendo o roubo e a corrupção.
A província de Helmand tem grande importância estratégica porque é grande produtora de heroína, que financia tanto os talibãs, quanto os bandos de criminosos.
Há muitas acusações de cumplicidade entre talibãs e autoridades corruptas do governo.
O Afeganistão continua sendo um dos mais pobres países do mundo, sendo a média de rendimentos das pessoas inferior a 1 dólar por dia, apesar dos 32 bilhões de dólares em investimentos estrangeiros.
No ranking das nações mais corruptas do mundo, da Transparência Internacional, o Afeganistão classificou-se em 117 entre 185 nações, em 2005.
Mas suas notas em baixando cada vez mais.
No ano passado, o país ficou em 180 entre 183 nações.