Cada quatro anos, a Comissão de Direitos Humanos da ONU examina a situação dos direitos humanos em um determinado país.
Neste ano foi a vez de Israel.
Como de costume, sua nota foi baixa.
O governo de Telaviv enviou um texto focando somente os direitos humanos em Israel. Argumentou que não tinha obrigação nenhuma em relação á Palestina.
Estranha tese, já negada tanto pela ONU, quanto pela Corte Internacional de Justiça.
Nem por isso escapou de ser objeto de análise pela Comissão de Direitos Humanos da ONU.
Cornelis Flinterman, membro da comissão, lembrou que, em 2010, foi solicitado a Israel a interrupção das construções de novos assentamentos na Cisjordânia. No entanto, de lá para cá, o número de unidades simplesmente dobrou.
Foi um desrespeito do governo Netanyahu a uma comissão da ONU.
Apesar das instituições internacionais, da maioria dos países, até do Ocidente, e das leis internacionais considerarem os assentamentos ilegais e obstáculos à paz na Palestina,o governo Netanyahu não tem se tocado.
Pelo contrário: repetidas vezes insistiu que eles devem permanecer parte de Israel em eventuais negociações com os palestinos.
Sobre as dificuldades de acesso de fazendeiros palestinos às suas propriedades, Flinterman comentou: “Muito freqüentemente, eles são intimidados por assentados (judaicos) que vieram viver nos novos assentamentos. Pode-se dizer que eles são, mais ou menos, tratados como estrangeiros em sua própria terra.”
Também crítico, Yuji Iwasawa, membro japonês da Comissão de Direitos Humanos, declarou ser preocupante a retomada da política de demolição das casas das famílias de suspeitos, por parte do exército de Israel. Paguem os inocentes pelos pecadores parece ser o lema dos chefes militares.
A comissão da ONU também condenou a tomada de terras na Cisjordânia pelo exército israelense e solicitou que os palestinos presos recebessem fácil acesso a um advogado e a exame médico independente, antes de serem levados perante de um juiz. Coisas que não acontecem com a freqüência desejada.
Iwasawa disse mais:”Temos informações de palestinos e beduínos forçados a consentir nas demolições num clima coercitivo criado pela violência e pelo assédio dos assentados.”
Mais acusações se sucederam, mas vamos ficando por aqui.
O chato é que, o tempo passa, e Israel continua violando os direitos humanos dos palestinos, a ser condenado por instituições da importância da ONU.
E nada acontece.
Até quando?