Judeus americanos estão sempre a favor de Israel.
No entanto, em certos casos, como a expansão dos assentamentos e a independência da Palestina, os mais liberais defendem causas até contrárias ao establishment de Telaviv.
Mas a maioria fecha sempre com o governo e não abre.
Prova é o resultado de pesquisa que aferiu o nível de apoio dos judeus americanos aos principais líderes de Israel e dos EUA.
Netanyahu ganhou com nota 61, à frente de Hillary Clinton que levou 57 e do desprezado Obama, com 49.
Eis que, de repente, apareceram os primeiros sinais de heresia no rebanho dos fiéis incondicionais.
Nem o Hamas, nem o Hisbolá, nem Mahmoud Abbas tem deixado o premier Netanyahu tão enfurecido quanto a perspectiva de um acordo nuclear com o Irã.
Há vários anos que ele clama pelos fóruns e TVS do mundo contra os pérfidos iranianos e seus intentos de atacar o mundo com bombas nucleares.
Depois da eleição de Rouhani, apontado por Bibi como uma espécie de serpente, as possibilidades do Ocidente aceitar uma redução do programa nuclear de Teerã, em vez de sua simples destruição, o líder israelense tem aumentado o tom de seus ataques e apelos.
Eis que, justamente nos EUA, os judeus locais mandaram uma mensagem extremamente desagradável a Telaviv.
Nada menos do que 84% deles aprovaram um acordo de paz razoável com o Irã, prevendo que seu programa nuclear possa promover um certo nível de enriquecimento do urânio, sob fiscalização e monitoramento dos órgãos da ONU.
Como os judeus liberais nos EUA são bem menos do que 84% da comunidade, fica claro que um grande número dos conservadores, fãs de carteirinha de Netanyahu, tenham desta vez dito “não” a seu líder.
Aleluia!