Era só o que faltava.
Em Manjibi, rebeldes sírios atacaram forças americanas, talvez usando armas fornecidas pela CIA (Reuters, 29 de agosto). Informação prestada pelo coronel Ryan Diller, porta-voz da coalisão liderada pelos EUA.
Durante anos, a CIA treinou e forneceu armamentos a milicianos que combatem o regime Assad. A maioria deles integra grupos salafitas, sunitas radicais, convocados para uma jihad– a guerra santa, contra o Ocidente e os árabes xiitas, considerados hereges pelo sunismo.
Seu objetivo atual é derrubar Assad, devido às origens xiitas do governo de Damasco. Aliam-se pragmaticamente aos EUA porque deles recebem armas e apoio político.
O mais forte desses grupos é o Nussra, ex- filial da al Qaeda na Síria. No ano passado, passou a agir por conta própria, independente da matriz. Nem por isso abandonou o terrorismo, praticando massacres, atentados, ações de homens-bombas e outros métodos típicos da organização criada por bin Laden.
Como era inconcebível que os EUA armassem terroristas, a CIA, depois de algum tempo, passou a contemplar somente milicianos de grupos , digamos, democráticos.
Mas, de um modo ou outro, muitas dessas armas acabavam em mãos terroristas.
Sendo o Nussra extremamente importante por sua particular eficiência na revolução, os EUA relutaram em cair na real.
Por fim, há poucas semanas, o governo de Washington decretou o cancelamento do programa da CIA.
Considera-se que foram o Nussra e grupos afins os autores do ataque à patrulha americana.
Possivelmente, um trailer do que poderá acontecer no caso da revolução sair vitoriosa.
Não é só o Nussra que deve ser temido pelas forças que tentariam reorganizar a Síria nesse possível, mas difícil, evento.
Entre as dezenas de grupos que integram o exército rebelde existem muitos salafitas, inimigos entre si, mas unidos contra os odiados ocidentais.
Poucos duvidam de que eles continuariam incendiando o país.
Veja o exemplo da Líbia.