Nos 10 anos do atentado das Torres Gêmeas, passaram pela TV muitos políticos e ex-membros do governo Bush apresentando suas análises. Quase todos explicaram o terrorismo como fruto do ódio dos radicais islâmicos à democracia, ao cristianismo e ao american way of life. Houve os que mencionaram também a inveja da prosperidade americana. É mais ou menos o que esse pessoal vem empurrando goela abaixo do povo americano, com ajuda dos principais veículos de comunicação e de um sem número de “pastores radiofônicos”. E, o que é pior, sendo acreditados por muita gente.
Claro que os jornalistas e intelectuais progressistas dos EUA não partilham destas versões. Para eles, as causas do terror devem ser encontradas na invasão e ocupação do Iraque e do Afeganistão, principalmente, mas também no apoio irrestrito que a Casa Branca dá a Israel contra os palestinos, no bombardeio por aviões sem piloto das regiões da fronteira do Paquistão com o Afeganistão.
Em recente pesquisa, os cientistas políticos Robert A.Pappe e James K.Feldman realizaram um estudo detalhado de 30 anos de ataques suicidas em todo o mundo. Mais de 2.000 incidentes foram estudados. Para descobrir o que tinham em comum, os autores investigaram documentos deixados pelos terroristas, suas religiões, status econômicos e outros detalhes pessoais. E concluíram que foram as ocupações e ações militares americanas, não o extremismo religioso as causas do terrorismo. Conforme seu relatório: ”O que mais de 95% de todos os ataques suicidas desde 1980 tem em comum não é religiãomas um objetivo estratégico: obrigar um país democrático a retirar suas forças de combate de territórios que os terroristas consideram seus lares ou pelos quais têm grande estima.”
Em seu trabalho, Pappe e Feldman fizeram algumas observações bastante elucidativas. Entre 1980 e 2003 quase não houve ações terroristas, as quais raramente atingiram cidadãos americanos. Apenas 15% de todos os atentados. De 2004 a 2009, quando se intensificou a invasão e a ocupação militar do Iraque pelos EUA, esses números tiveram um enorme crescimento. Foram lançados 1.833 ataques terroristas, 92% deles contra alvos americanos.
Na verdade, explicar o terrorismo como resultante das ações militares dos EUA no Oriente Médio sempre foi óbvio.
Depois da pesquisa Pappe-Feldman não é mais só isso.
É cientificamente provado.
politica não e verdadera