Racismo à italiana.

Figuras importantes da Lega Nord, partido do culto e civilizado norte italiano, demonstram que o racismo continua vivo por lá.

A vítima tem sido a ministra da Integração, Cecile Kyenge, uma senhora de raça negra.

Segundo o jornal Corriere della Sera, o senador Roberto Calderolli, da Lega Nord, assim se pronunciou:”Eu amo animais- ursos e lobos, como é sabido- mas, quando eu vejo as fotos de Kyenge, eu não posso deixar de pensar no aspecto de um orangotango, embora eu não esteja dizendo que ela seja um deles.

Pegou muito mal no mundo político italiano, é claro.

A indignação foi geral.

Muitos senadores pediram a renúncia forçada do mandato do colega racista.

Kyenge reagiu com dignidade. Declarou que não cabia a ela opinar sobre essa punição.

E acrescentou : “Eu não recebo as palavras de Calderolli como um insulto pessoal, mas elas me entristecem pela imagem negativa que passam da Itália.”

Kyenge, nomeada pelo primeiro-ministro Letta da coalizão de centro-esquerda, é a primeira ministra negra da Itália.

Ao que parece, a Lega Nord não aceita essa novidade e vem hostilizando a ministra desde o início da sua gestão, em termos claramente racistas.

Em abril, o deputado do Parlamento europeu, Mario Borghezi, acusou Kyenze de querer “impor suas tradições tribais do Congo” e chamou a coalizão Letta de governo “bongo bongo.”

Tudo porque ela pretende suavizar a dura lei de cidadania do país para permitir que crianças filhas de estrangeiros, nascidas na Itália, tenham mais facilidade para adquirir nacionalidade italiana total, antes de completarem 18 anos.

Em junho deste ano, uma conselheira da Lega Nord postou no Facebook uma mensagem sugerindo que Kyenge deveria ser estuprada.

Aí foi demais até para seus correligionários nortistas e a conselheira foi expulsa do partido.

 

 

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