Continua a onda de ações internacionais para retirar os privilégios de que Israel vinha gozando.
A Assembleia Geral da ONU resolveu que Israel deveria permitir a inspeção de suas instalações nucleares. E logo.
É fato sabido que é o único país do mundo que produz bombas nucleares. Aliás, já tem um estoque avaliado em cerca de 200 unidades, escondidas em locais secretos.
Já faz algumas décadas que as nações mundiais decidiram controlar esse tipo de armas de destruição em massa, pensando na sua progressiva eliminação para preservar o planeta de seu poder.
Por 174 votos a favor, 6 abstenções e 6 contra (Israel, EUA, Canadá e 3 ilhas do Oceano Pacífico), a comunidade internacional pediu que Israel, não só abrisse seus arsenais atômicos à inspeção, como também aderisse ao Tratado Internacional de Não.Proliferação de Armas Nucleares.
Além disso, ofereceu apoio a uma reunião do mais alto nível para banir as armas nucleares do Oriente Médio.
Maravilha, não?
Eliminando-se todas as armas nucleares de Israel e firmando-se um tratado, tornando o Oriente Médio uma zona livre desses engenhos diabólicos, o conflito atual com o Irã desapareceria.
E Netanyahu não teria mais motivos para dizer que a segurança de Israel estaria ameaçada pelo programa de horrores desenvolvido na calada da noite pelos aiatolás.
Mas, nada feito, essa resolução será mais “words in the wind” pois os EUA, atendendo a Israel, vetará no Conselho de Segurança, que, na ONU, tem poderes para fazer acontecer.
E Israel é contra, pois não quer perder o monopólio das armas nucleares no Oriente Médio, para manter atemorizados seus vizinhos árabes, considerados por Telaviv como inimigos eternos.
Apesar dos EUA não apoiarem a resolução, eles foram favoráveis a dois parágrafos submetidos a votação, em separado. Eles apelam para que todos os países do mundo adiram ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares e aos que ainda não o ratificaram que o façam logo.
Contra esses dois pontos só houve 2 votos: Israel e Índia.
Em outras palavras, os EUA , em tese, querem todo mundo no Tratado, inclusive o controle de seus programas nucleares, mas, na prática, ilibam Israel dessa obrigação.
A esse respeito, vale lembrar um pensamento de Dilma Roussef: “A posse de arsenais atômicos por apenas algumas nações cria para elas direitos exclusivos. É resquício de um conceito assimétrico do mundo, formado no pós-guerra, que já deveríamos ter relegado ao passado”.