As denúncias de que o Irã estava avançando na produção de armas nucleares eram furadas.
Bibi Netanyahu tinha clamado que, com as modernas centrífugas instaladas pelos iranianos, eles logo teriam quantidade de urânio enriquecido a 20%05 suficiente para uma pequena bomba atômica.
Portanto, mais sanções neles!
E, se não derem bola, fazer chover bombas e mísseis sobre as usinas nucleares do país de Kamenei.
Obama entrou no jogo, acusando a modernização e aumento das centrífugas iranianas como um desafio à “comunidade internacional”, termo que ele usa para identificar os EUA e países aliados.
Claro, como diz o Supremo Líder Kamenei, o Irã poderia rapidamente construir armamentos nucleares se necessário.
Não para atacar, mas para poder se defender.
Porque é ele que está sendo continuamente ameaçado de bombardeios por Israel; pela “janela de oportunidades que estão se fechando” e “todas as opções que não saem da mesa” dos EUA, expressões que assustam deixando claro possíveis agressões.
Não dá para comparar com uma frase demagógica e irresponsável de Ahmadinejad, dizendo que Israel iria sair do mapa.
Que, aliás, ele já explicou muitas vezes como significando apenas que a História acabaria fechando o regime sionista.
Voltando ao rumoroso caso do aumento de urânio enriquecido a 20%, degrau para se chegar rápido aos 90% necessários para a bomba A, um relatório da IAEA, a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU, repete o que os iranianos já haviam dito: o Ira vem constantemente convertendo esse urânio em combustível para produzir energia, para pesquisas e para isótopos usados na medicina,
O mais importante é que, pela primeira vez, o insuspeito relatório da IAEA dá números.
De dezembro para cá, o Irã começou a converter o urânio enriquecido a 20% para os usos pacíficos descritos acima.
Em dois meses, 28,3 quilogramas passaram por esse processo.
Hoje o estoque é de 167 quilogramas, muito menos do que os 230 a 250 quilogramas necessários para se produzir uma bomba atômica.
Provavelmente, esse número (a red line do premier Netanyahu) nunca será alcançado.
A menos, é claro, que “a janela das oportunidades se fechem” e os EUA acabem se unindo a Israel num insensato bombardeio, que só serve aos interesses de Telaviv