Em 20-16, a ONU nomeou Vitit Muntarbhorn como investigador independente para examina abusos praticados em todo o mundo contra homossexuais e bissexuais. Mas não foi adiante. Representantes de diversos países da África protestaram contra a indicação de Muntarbhorn. E a coisa ficou por aí.
Neste ano, foi diferente.
Resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU condenou a aplicação da pena de morte a homossexuais e bissexuais.
Seu texto é o seguinte: ”O Conselho de Direitos Humanos condena a imposição da pena de morte como uma sanção para formas específicas de conduta como apostasia, blasfêmia, adultério e relações sexuais consensuais entre pessoas do mesmo sexo.”
A resolução também se manifesta contra execução de pessoas “com deficiências mentais ou físicas, menores de 18 anos, no momento do crime, e mulheres grávidas. E ainda comunica “sérias preocupações por ser a aplicação da pena de morte por adultério imposta desproporcionalmente a mulheres.”
A proposta aprovada no Conselho de Direitos Humanos foi apresentado por iniciativa de 8 países: Bélgica, Benin, Costa Rica, França, México, Moldava, Mongólia e Suíça.
Previamente, a Rússia, o Egito e a Arábia Saudita tentaram bloquear ou ao menos enfraquecer a resolução. Não tiveram êxito.
O placar da votação da proibição foi 27 versus 13.
Entre os derrotados estavam os EUA, Bangladesh, Botswana, Burundi, China, Japão, Qatar, Egito, Etiópia, Índia, Iraque, União dos Emirados do Golfo, Arábia Saudita e EUA.
O voto americano causou indignação junto aos defensores de Direitos Humanos nos EUA.
Susan Rice, embaixadora na ONU, nos tempos de Barack Obama, tuitou, indignada: “Shame, US!” (que vergonha, EUA!)
Um porta-voz da Casa Branca forneceu bizarra explicação ao jornal Washington Blade: “Como em anos passados, nós votamos contra esta resolução devido a uma preocupação maior quanto à abordagem da resolução, que condenava a pena de morte em qualquer circunstância. ”
Possivelmente, Trump não quis desagradar os estados americanos onde a pena de morte é legal. Ele está sempre pensando em sua reeleição.
Não sei se não perdeu mais votos do que ganhou.
Por sua vez, a estridente Nikki Haley, a atual embaixadora de Tio Sam na ONU, desta vez fez o que deveria fazer mais vezes: ficou em silêncio.
.”