Mais uma vez, o presidente Obama renovou o embargo econômico, comercial e financeiro a Cuba, iniciado em 1962 e ampliado pelo presidente Clinton, em 1991. Na ocasião, também se proibiu as filiais estrangeiras de firmas dos EUA a comerciarem com o país centrro-americano.
O prejuízo para Cuba tem sido enorme. Calcula-se que soma 116 bilhões de dólares, desde o início do embargo.
Somente no ano passado, as perdas chegaram a quase quatro bilhões de dólares.
Periodicamente o embargo é discutido na ONU.
Na última vez, quase todas as nações do mundo o condenaram, com exceção de Israel e dos próprios EUA.
Nem os sempre fiéis Reino Unido e Canadá, nem as dependentes ilhas Salomão e Palau ficaram ao lado da Casa Branca.
Quando assumiu o seu primeiro mandato, Obama prometeu melhorar progressivamente o relacionamento do seu país com Cuba.
Na verdade, ensaiou apenas alguns passos tímidos.
Além da posição da opinião pública mundial contrária ao embargo, mesmo nos EUA cresce o número dos que pedem sua revogação.
Argumenta-se que a insistência americana afasta o país dos demais países do continente.
Mesmo grupos conservadores condenam o embargo por impossibilitar lucrativos negócios para diversos setores empresariais americanos.
Sustentam também que o governo cubano o usa como pretexto para manter a falta de liberdade na ilha.
Essas vozes não são poucas, incluindo uma porcentagem crescente dos próprios cubanos e descendentes que habitam nos EUA.
Mas neste ano, Obama jamais pensaria em suspender o embargo.
Em novembro, haverá eleições legislativas e o presidente não quer arriscar-se a perder votos nos candidatos do seu Partido Democrata.
A opinião direitista é muito forte nos EUA.
De fato, o governo Obama pensa política internacional de olho sobretudo no contexto nacional, e tem se mostrado fraco (e mesmo sem vontade) para enfrentar a ascensão dos realistas direitistas nos EUA. Yes, we failed…