O Egito cede a pressão americana.

Após invadir ONGs americanas, acusando-as de interferência nas eleições pelo financiando de alguns candidatos, o governo egípcio processou 43 ativistas, entre os quais 19  americanos que foram proibidos de viajar.

Logo ergueram-se protestos no Congresso e no governo americano. Mobilizaram-se congressistas, embaixadores e generais para pressionar o Egito. E Hillary Clinton ameaçou cortar a verba de 1 bilhão de dólares em ajuda militar e 250 milhões para a economia…

Depois de uma pesquisa, na qual 71% dos respondentes declararam não querer financiamentos americanos, ganharam coragem, juraram que jamais aceitariam as pressões americanas.

Kamal-al-Gazouri, o primeiro ministro, foi contundente: “O Egito não se ajoelhará. O Egito aplicará a lei e não voltará atrás por causa da ajuda ou de outros motivos.”

Mas o bilhão de dólares iriam para o exército e é ele quem manda no Egito. O juiz do processo decidiu permitir que os americanos voassem para sua terra.

Isso aconteceu no sábado. No domingo, o juiz Mohamed Sukri abriu o processo adiando-o para 8 de março e já na terça-feira, sintomaticamente, renunciou. Saiu fora, sem explicações ao público.

Nem precisava… Logo furor cívico tomou conta do parlamento recém-eleito, numa reunião conjunta das duas casas.

Mahmoud Ghozlan, da Irmandade Muçulmana, descreveu a permissão dos réus deixarem o país como uma “catástrofe”.

“Não podemos aceitar nenhum tipo de intervenção estrangeira nos assuntos do Egito,” clamou o deputado Said al-Katatny.

O porta-voz da Assembléia, o deputado Mohamed Abdel Dawoud, do partido Wafd (secularista), exigiu  que o Primeiro Ministro Ganzouri e o Ministro da Justiça Adel Abdel Hamid dessem explicações sobre o levantamento da proibição. Amir Moussa ex secretário geral da Liga árabe e aspirante à presidência declarou ao jornal Al-Ahram :”Está claro que pressões políticas foram exercidas, obrigando o juiz a aceitar a saída(dos réus).”

Mohamed Selim al-Awa, um pré-candidato islâmico à presidência, também convocou o governo para explicar o que aconteceu.

Como o verdadeiro governo é o da Junta Militar, seu chefe, o Marechal Tantawi é que deveria ser convocado.

Por enquanto, os deputados e senadores ainda não tem coragem para atitudes assim.

 

 

 

 

 

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