O Abu Ghraib dos ingleses.

O jornal inglês Mail on Sunday informou que prisioneiros iraquianos foram torturados numa unidade do exército inglês, a Station 22, perto da cidade de AL-Qaim.

A Station 22 era uma das unidades inglesas espalhadas pelo Iraque, em 2003, onde prisioneiros eram deixados nus, pendurados no teto e espancados.

Sabe-se que 63 iraquianos ainda estão desaparecidos depois de terem sido levados para uma dessas casas de torturas.

Todos estes fatos foram aparentemente aprovados pelos advogados do Ministério da Defesa do Reino Unido e ocultos pelo seu exército.

O Tenente-Coronel Nicholas Mercer, chefe dos advogados do exército britânico no Iraque, na invasão de 2003, declarou ao Mail on Sunday que o que aconteceu nessa rede de prisões foram  “crimes de guerra.”

Ele disse também que era parte de suas funções monitorar  o tratamento dos prisioneiros das forças britânicas e as condições dos locais onde eles estavam detidos. No entanto, ele foi mantido no escuro sobre a existência dessas instalações secretas.

Apesar das denúncias de Mercer e de algumas vítimas das torturas, esses  crimes poderão não ser revelados detalhadamente , nem seus responsáveis devidamente punidos.

Lei de autoria do governo conservador, a “Lei de Justiça e Segurança”, apresentada no Parlamento na semana passada, dá ao governo poderes para retirar de processos nas Côrtes Civíi evidencias de inteligência de natureza “sensível”.

Se for aprovada, os detalhes deste escândalo serão escamoteados e seus responsáveis dificilmente identificados e punidos.

Três dos cidadãos torturados, que nunca tiveram ligações com Saddam Hussein, nomearam Paul Shiner, da ONG ”Advogados  pelo Interesse Público”, seu representante  num processo contra o governo.

Porém, o Tenente Coronel Mercer está pessimista: ”São crimes de guerra, mas o que a Grã-Bretanha fez pode jamais ser revelado, pois essa lei foi especificamente planejada para impedir que as denúncias jamais  sejam levadas a público.”

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