Kofi Anam quer o Irã na reunião do “grupo de contato” para discutir o problema da Síria.
Nada mais conveniente. Afinal, o Irã é o maior aliado do governo Assad. Como tem defendido um acordo entre as partes, com a marcação de eleições, poderia contribuir bastante para acalmar os ânimos.
Mas, Susan Rice, a aguerrida representante dos EUA na ONU, logo pulou, protestando: o Irã nunca, pois ele é parte do problema.
De fato, o Irã é parte do problema. Como os EUA, a Arábia Saudita, a Rússia e a Turquia. Todos eles estão ajudando, um o governo sírio, os outros a oposição, com armas, munições e apoio logístico.
Aproveitar qualquer crise internacional em favor dos interesses americanos era a política de Bush.
Em vez disso, buscar a melhor solução para os conflitos no exterior é uma das mudanças que Obama prometeu, mas não cumpriu.
Agora, seria uma boa ocasião para mostrar que o Obama da campanha ainda está vivo.
No caso da Síria, o mundo (e até os americanos) aplaudiria uma postura objetiva do governo Obama, procurando tirar o melhor proveito possível das boas relações Assad-Ahmadinejad, em benefício da paz.