Netanyahu forma governo de ultra-direita.

Duas horas antes de expirar o prazo, Netanyahu conseguiu formar um novo governo, por sinal, profundamente de direita.

Será um governo frágil, pois a coalizão no poder contará com apenas 61 parlamentares, num total de 120.

Piesner, ex- parlamentar do Likud (partido do premier) declarou que, com uma maioria tão estreita, não deve durar muito.

O último partido a aderir, o direitista radical “Lar Judeu”, é um defensor intransigente dos assentamentos. Não admite a entrega de um único deles aos palestinos. Pelo contrário: exige que Israel anexe parte do território da Palestina.

Vai, certamente, criar problemas para Netanyahu.

Durante a campanha eleitoral, o primeiro-ministro prometeu não ceder qualquer território aos palestinos, o que inviabilizaria a ”solução dos dois estados.”

Como se sabe, essa solução é considerada essencial para resolver o conflito da Palestina pela maioria dos países do Ocidente, inclusive os EUA.

Diante da ameaça americana de retirar o apoio a Israel na ONU caso  Netanyahu confirmasse  suas palavras, Bibi recuou. Ensaiou alegar que eram apenas promessas eleitorais, que não deviam ser levadas tão ao pé da letra…

Vai ser difícil para ele contentar Obama e, ao mesmo tempo, não desagradar o “Lar Judeu”.

Se aceitar negociar a independência palestina, com a entrega de alguns assentamentos de acordo com a “solução dos dois estados”, poderá perder o apoio do “Lar Judeu”.

E ficará sem a maioria indispensável para governar.

Se confirmar suas promessas de campanha, arrisca-se a ver os EUA votando na ONU pela independência da Palestina.

No front interno, vieram pesadas críticas do líder da oposição, Isaac Herzog, especialmente contra a nomeação de Aylet Shaked (do “Lar Judeu”) para ministro da Justiça.

Como parlamentar, Shaked procurou limitar os poderes da Suprema Corte e mudar sua composição, depois que esse tribunal derrubou várias leis autoritárias, algumas prejudicando os árabes israelenses.

Herzog foi duro: “Premiar o “Lar Judeu” com o Ministério da Justiça, um partido que tentou limitar e ameaçou o princípios do primado do Direito no último Knesset (parlamento de Israel), é um exemplo claro do desrespeito de Netanyahu aos melhores interesses dos cidadãos de Israel, e mostra que o primado do Direito na democracia israelense vale menos do que os interesses políticos dele.”

 

 

 

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