Enquanto o primeiro-ministro Netanyahu clama por sanções ainda mais duras contra o Irã, oficiais do Mossad agem em sentido contrário.
Atendendo a Netanyahu, o Partido Republicano vai apresentar lei penalizando o Irã com novas sanções, caso não aceite reduzir seu programa nuclear a limites mínimos.
Citando informação do secretário de Estado, John Kerry, deu no Bloomberg View (21 de janeiro) que um oficial do serviço de espionagem israelense declarou: se a lei for aprovada, “seria o mesmo que lançar uma granada no processo (de paz).”
Outros membros do Mossad já haviam feito o mesmo aviso a uma delegação de congressistas americanos que visitaram Israel recentemente.
Os congressistas que desejam sanções mais pesadas contra os iranianos alegam que só penalizando os iranianos com mais dureza eles ficarão razoáveis e aceitarão os termos de Tio Sam.
O pessoal do Mossad, com sua experiência de dezenas de anos espionando o Oriente Médio, deve estar mais por dentro das coisas na região do que os senadores e deputados republicanos dos EUA.
Ele sabe que a linha dura iraniana está torcendo por novas imposições americanas para melar o jogo de uma vez.
Quanto a Netanyahu, ele já deixou bem claro que guerras não são motivo para estragar seu sono.
Existe outra lei capaz de atrapalhar a paz nuclear, já pronta para ser discutida no Congresso. Ela dispõe que qualquer acordo na questão nuclear acertado por representantes da Casa Branca com o Irã teria de ser submetido à aprovação do Senado.
O presidente Obama já anunciou que vetaria ambas as leis.
Ele sabe que mesmo a segunda teria resultados desastrosos.
Não se pode esperar nada de positivo de um Senado dominado por grupos sempre do lado de Israel, seja qual for o governo de plantão em Jerusalém.