Durante a última guerra de Gaza, em 2014, um oficial do exército de Israel foi morto por um sniper palestino.
In memoriam do morto, Dmitri Levitas, comandante de um corpo de blindados, seu colega, o tenente-coronel Neria Yeshurun mandou suas tropas atirarem numa clínica médica palestina.
Em junho de 2015, o exército de Israel promoveu um inquérito para apurar se o bombardeio da clínica teria violado os regulamentos das forças armadas israelenses.
A justificação do investigado foi de que realizara a ação para “elevar a moral dos soldados”, como uma “saudação” ao comandante Dmitri Levitas.
Não se questionou os danos na clínica alvejada ou os ferimentos sofridos por palestinos ali eventualmente internados.
O advogado-geral militar não estava para lambanças.
Condenou a tese de Yeshurun de que lançar uma saraivada de balas contra uma clínica que tratava de doentes e feridos seria um legítimo ato de vingança.
Para o advogado, “não estava de acordo com os valores das forças militares israelenses e que as ordens do tenente coronel Yeshurun representavam uma falha de comando. ”
As investigações causaram uma onda de protestos nas redes sociais, sendo que abriu-se uma página no Facebook em apoio ao coronel, sob o slogan : “nós todos estamos com o tenente-coronel Neria Yeshurun. ”
Aparentemente, o Exército também estava.
Decidiu que o oficial seria apenas repreendido mas que seu feito seria levado em conta nos seus futuros remanejamentos e promoções.
Foi considerado que a investigação não produziu suficientes evidências para desaprovar o argumento de que a barragem de tiros seria justificada a nível operacional.
Afinal, guerra é guerra.
E as forças armadas israelenses são as mais éticas do mundo, como juram os próprios israelenses.
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