Mentiras agradáveis, verdades duras.

O general Dunford é a primeira escolha do Presidente Obama para o comando do exército na Afeganistão, sucedendo ao general Allen, sob inquérito por envolvimento no escândalo sexual do general Petraeus.

Como Obama, que mentiu ao afirmar que as tropas se retirariam em 2014, quando ficarão cerca de 20 mil soldados, ele não se constrange em iludir a opinião pública.

Em depoimento ao Congresso, Dunford garantiu que os reforços  militares enviados em 2011 deram certo.

“O objetivo dos reforços”, afirmou o general,”era reverter o bom momento do Talibã e incrementar o tamanho e a capacidade do exército nacional afegão. Os reforços cumpriram seus objetivos e criaram as condições para se iniciar o processo de transição.”

Infelizmente, o próprio comando da OTAN, no mês passado, encarregou-se de desmentir Dunford, num comunicado que informava terem aumentado os ataques dos insurgentes desde a chegada dos reforços.

O governo afegão é inegavelmente corrupto, duvidando-se que possa assumir o controle do país com eficiência, depois da retirada das tropas da OTAN.

Já o exército nacional afegão não vai bem das pernas.

Infiltrado por talibãs tem se revelado pouco confiável. Muito graves são os ataques de soldados e policiais afegãos contra militares da OTAN, que já ultrapassam 50, somente neste ano.

Encarregado de um estudo sobre as operações, o tenente-coronel Daniel Davis escreveu um relatório que dizia: “Nossa liderança militar está distorcendo tanto as informações apresentadas que a deterioração da situação e a natureza falha dos nossos esforços são escondidas do público americano, substituídas por declarações explícitas de que tudo está indo de acordo com os planos.”

Menos pessimista, mas igualmente contundente, o líder liberal inglês, lord Ashdown, afirmou que a maioria dos objetivos da guerra não foram alcançados, tampouco são alcançáveis e que “não podemos fazer de conta que há algo mais a ser feito no Afeganistão. A prioridade urgente é ir embora.”

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