Em 2011, pouco depois da revolta que derrubou Kadaphi, os EUA construíram uma base secreta na Líbia, a 27 km de Trípoli.
Deveria ser operada por militares das Forças Especiais americanas, no treinamento de soldados líbios em operações de contra-terrorismo.
Mas o feitiço virou contra o feiticeiro.
Dois anos depois, em 2013, o chamado Campo 27 foi tomado por duas milícias, que se instalaram no local.
Na ocasião, não havia soldados americanos na base, apenas soldados líbios.
Os milicianos se apossaram de um verdadeiro arsenal, composto de equipamentos para visão noturna, rifles M-4, pistola, veículos militares e munições.
Quem está no comando da base é um certo Tantoush, elemento bastante perigoso de acordo com oficiais americanos.
Trata-se de um dos primeiros membros da rede al Qaeda.
Em 2000, ele foi acusado de ter desempenhado um papel destacado nos planos dos ataques de 1998 às embaixadas americanas do Quênia e de Tanganica.
Segundo a ONU, Tantoush foi chefe de um grupo de apoio da al Qaeda, baseado em Peshawar, Paquistão, chamado Revival of Islamic Heritage Society.
Foi um membro sênior de uma antiga franquia da al Qaeda na Líbia, o Grupo Islâmico de Luta da Líbia.
Hoje, ele diz que se afastou totalmente do pessoal que segue os princípios do falecido Bin Laden.
Há dúvidas.
Quanto ao Campo 27, era parte de um programa de operações especiais, autorizado por uma lei dos EUA.
O objetivo desse programa era treinar soldados líbios para se juntarem às forças SEALS e DELTA, que agem na África em ações secretas.
Nos dois anos anteriores á entrada dos milicianos, o programa praticamente não saiu do lugar.
Agora, com Tantoush e seus milicianos ocupando a base, teve de ser cancelado.
Espera-se que não seja usada em favor dos terroristas que fora criado para combater.