JIMMY CARTER: OS GENERAIS QUEREM MANTER PRIVILÉGIOS

No Egito, Jimmy Carter, ex Presidente dos EUA, reuniu-se com os generais do país. Informou que eles pretendem manter certos privilégios depois da entrega do poder aos civis eleitos pelo povo. Isso vai gerar atritos pois, segundo Carter, “os líderes dos maiores partidos políticos, inclusive a Irmandade Muçulmana, me asseguraram que a decisão final sobre os orçamentos militares e todos os outros assuntos (relativos ao governo) caberá aos membros do Parlamento, não aos militares.”

Os generais egípcios já demonstraram que não deixarão facilmente o poder. Há meses atrás, insistiram numa Constituição redigida por um comitê nomeada por eles e um dos seus líderes chegou a dizer que o Parlamento eleito não representava o povo.

Tendo obtido 46% dos votos nos dois primeiros “rounds” das eleições, 3d vr headset a Irmandade Muçulmana ficou extremamente fortalecida. Será, na certa, a força dominante na Assembléia Constituinte e no governo que se formará.

Apesar do seu passado violento, a Irmandade vem se comportando com extrema moderação. Declarou que os militares envolvidos na repressão violenta dos manifestantes, que exigiam sua saída do governo, não serão processados. E, mesmo mantendo seu apoio integral ao movimento pela independência da Palestina, não irá revogar o tratado de paz com Israel. Provavelmente, algumas modificações serão propostas. Até onde irão, por enquanto não se sabe.

Também as boas relações com os EUA serão cultivadas. Afinal, o Egito precisa continuar recebendo a ajuda econômica que os americanos concediam a Mubarak. Pelo menos até sua economia recuperar-se da crise iniciada no antigo regime e que ainda mostra suas garras.

Esse bom tratamento aos EUA não implicará em mudanças nas orientações da Irmandade Muçulmana, que será fiel aos movimentos da Primavera Árabe, amiga da Turquia e deverá reatar relações diplomáticas com o Irã.

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